Cidades

À CPI, Barusco diz que receber propina é um ‘caminho sem volta

Confirmou que negociava com tesoureiro do PT



Em depoimento à CPI da Petrobras na Câmara, o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco disse que o recebimento de propina se tornou um “caminho sem volta” e que não vê problemas na governança da Petrobras, mas nas “pessoas”.

“É um caminho que não tem volta. Você começa a receber no exterior um recurso ilegal, é uma espada na sua cabeça, não tem saída, não tem saída”, afirmou aos deputados. “Se no começo eu tive a fraqueza de começar, teve uma fase que fiquei um pouco feliz, mas depois veio um temor e quase um apavoramento [de ter todo esse dinheiro]”.

Ele defendeu as práticas de governança da estatal e admitiu que a culpa foi dos funcionários. “Apesar de ter acontecido o que aconteceu, acho a governança da Petrobras boa. O problema não está neste fato, está nas pessoas”.
Barusco confirmou o que já havia dito em seu depoimento de delação premiada ao Ministério Público Federal, de que passou a receber propina a partir de 1997 e 1998, como uma iniciativa pessoal. Mas que participou do esquema de uma institucionalizada de 2003 em diante. “Bom, como faz parte do meu termo de colaboração, iniciei a propina em 97, 98, foi uma iniciativa pessoal minha, junto com o representante da empresa. Descrevo no meu depoimento essa trajetória e vou reiterar. Mas, de uma forma mais ampla, em contato com outras pessoas da Petrobras, mais institucionalizada, foi a partir de 2003 ou 2004”, afirmou.

O relator Luiz Sérgio (PT-RJ) insistiu, em várias perguntas, em saber se havia um esquema de pagamento de propina nos anos 90, período do governo Fernando Henrique Cardoso. Barusco afirmou que não tinha conhecimento.


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