Osmar Júnior

O que é cultura para anos de gestões indiferentes a ela?


Não quero ser de opinião injusta, sou testemunha como Homero o foi em tróia, esse é o papel do poeta. Travamos uma luta politica para estabelecermos uma fundação de cultura em Macapá, que era um dos últimos estados do Brasil sem uma pasta cultural.

A gestão de João Alberto Capiberibe nos deu essa oportunidade em um prédio histórico perto do antigo cine Macapá, cine esse que também poderia ser nossa fundação atual, ta lá abandonado, então foi criada a FUNDECAP após o Barcelismo, governo que inclusive construiu o teatro das BACABEIRAS, após isso nos tomaram o prédio e transformaram o que nos foi dado em outra coisa. Hoje a cultura vive em prédios alugados, sem historia, sem simbolo, vazia. Afinal o que é cultura pra quem não a entende? ou não a gosta, ou não a tem.

Cultura hoje, move uma progressão de idéias que vão alem da ossada dos currais eleitoreiros de partidos políticos, essas idéias lembram aos povos que existe algo alem do capitalismo vazio, algo que em parceria com o turismo move as mais belas e desenvolvidas cidades do mundo gerando uma economia informal e virtuosa.
Muitas vezes nossas autoridades vão lá fora ver e comprar cultura, e talvez achem que tudo aqui é pobre demais, mais eles é que fazem tudo parecer tão pobre, tão sem indentidade.

De uma vez por todas, nossos gestores não estão nem ai pra cultura, para os homens públicos cultura é apenas uma mobilizadora de pleitos, ou emblemas de boa vontade politica, são cadeiras de mandatos, promotoras de eventos, alguns até querem fazer politica cultural mais eis que chega a roda viva e carrega a cultura pra lá, e há quem faça cultura de má fé, somente para abocanhar recursos, criando ONGs, grupos e institutos, e isso vicia, mata a esperança de um tempo melhor para um estado tão longe do Brasil, onde se ganha dinheiro para gastar com as diversões turísticas de outras cidades.

Turismo ecológico e arte em Macapá é algo meio alienígena, já me chamaram até de cigarra sonhadora por eu ter a consciência que essa é a linguagem que o mundo quer falar, só não aqui, mais não podemos desistir, pois esses rios turvos vão passar esquecidos e mal sucedidos em sua passagem, como se não tivessem existido, e rogo a Deus que novas águas apesar de estarem sendo bombardeadas por uma chuva de sujeira nacional nos tragam novas correntes cristalinas.

Enquanto isso no Brasil milhões foram desviados por uma quadrilha de ladrões de esperança, atingiram em cheio a maior fonte de fomentação da cultura nacional, a lei Rouanet do MINC. Algo estranho estava acontecendo mesmo, financiamentos “hollyoodianos” a quem só queria uma festinha, e como sempre pegar atalhos e atrasar o país, grandes nomes já bem resolvidos em todas as áreas da arte estavam recebendo desta verba, e pseudo produtores abocanhando esse bolo exposto a tantas moscas. Agora precisamos remediar e não perder o ministério da cultura para não aceitar de vez a decadência deste país.

Aqui no meu micro universo sobrevive uma musica que talvez desapareça entre as arvores do tempo, tento resistir a essa corrente negativa, insistindo em contagiar mais e mais artistas de que somos capazes de escrever nossa própria historia de forna bonita, que é a história do nosso povo, nosso maior patrimônio cultural, minha alma amapaense preservacionista e também libertária permanecerá e dira sempre sim ao nosso jeito tucuju.
Osmar Jr