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Calabar e Reforma Previdenciária

Os defensores da manutenção do modelo atual por nada abreviam os conceitos de maus brasileiros para quem quer um país igualitário.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

Domingos Fernandes Calabar passou para a História brasileira nos anos 1.600 como traidor, mas como ele mesmo se definiu, não como “traidor, mas como patriota”. Esse assunto da História do Brasil na luta com os holandeses e portugueses no meio lembra o que se passa hoje com as atribuladas reformas do país, principalmente a da Previdência, espantalho de um segmento e que se projeta disposta a criminalizar quem se mostrar favorável à sua implantação. Querer a reforma não é traição ao povo, mas desejar melhores horizontes no momento em que a sociedade brasileira vive um embate dramático em busca de melhores condições de vida.

Os defensores da manutenção do modelo atual por nada abreviam os conceitos de maus brasileiros para quem quer um país igualitário. Com racionalidade, ninguém deseja um país desorganizado, utilizando seus recursos em favor de classes privilegiadas em detrimento do sofrimento de muitos. Só um pequeno grupo, e não é segredo, pois todos sabem qual a sua origem, porque deseja a continuação da anarquia, porque nela é onde está o segredo.

Segundo analistas, o processo previdenciário a continuar em seu ritmo atual logo se vê literalmente falido, sem recursos para pagar a quem dele depende.

Os erros do passado, se trouxeram benefícios e vantagens indevidas, hoje está fora do conjunto social, onde os direitos são iguais para todos. A Previdência foi a guarida para movimentos populistas, para gastos sem retorno e, como nas leis das atrações, tudo tem fim se eles não forem atraídos. A Previdência só disponibilizava seus recursos sem retorno e, como consequência, ficou sem reservas e, com o agravante, tendo a geri-la uma gestão incompetente aliada à corrupção, que permitia a elevação de salários mensais para várias categorias com valores equivalentes a quase 200 salários mínimos mensais. A reforma proposta pelos atuais dirigentes do poder não os livra da culpa de um passado recente, em que só os cegos não queriam ver.

O Brasil se encontra num impasse terrível: ou faz a reforma ou despenca abismo abaixo. É momento de se enxergar mais longe, pois como consequência, para atender à demanda de aposentadorias justas, porém desiguais, o país sofra com a desigualdade social, violência crescente, na ordem de 50 mil homicídios a cada ano, pobreza gritante num país rico e uma carga de impostos que beira os 4 trilhões de arrecadação por ano.

É hora de identificar os opositores dessa reação às reformas e não se precisa ir muito longe para apontar a CUT e os ‘deserdados’ do Partido dos Trabalhadores que, com uma política cega, não viram para onde levavam o Brasil. Repete-se: ser favorável à Reforma da Previdência não é ser traidor, mas patriota, nunca ameaçados de perder privilégios, esses só comuns a poucos que ‘souberam’ tirar proveito, sem imaginar, ou mesmo imaginando, do ‘salve-se quem puder’.


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