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Questões de ética

Não queremos no espaço democrático analisar a utopia ou uma fantasia ideal de sociedade. Toda sociedade se baseia em indivíduos, atitudes e princípios corretos, ou não. Todos tem o livre arbítrio para errar ou acertar.


Eliazar Bezerra
Articulista

Independentemente de afirmações filosóficas, científicas e de expoentes da sociedades, ética é aquilo que você tem quando ninguém está olhando. Se pensarmos a questão ética nas mais diversas áreas da vida e um dia, pelas circunstâncias delas abrirmos mão, imediatamente deixamos de ser éticos.Figura apenas como regra casual. Princípios éticos, quando verdadeiros, jamais são traídos, sob quaisquer circunstâncias. Não se faz curso de ética. Não existe aprendizado para tal. Não se transmite ética geneticamente. Não se compra ética nas lojas e não se ganha ética em sorteios.  Ela tem a ver com as nossas experiências no caminho da reti dão e na busca de sua evolução interior. São as boas escolhas. Usando a razão, eticamente você pode desenvolver bom caráter, conquistar boas amizades e aprender algo mais positivo na vida.

Hoje, infelizmente, em certas situações, ser ético, correto e reto é um risco. É correr o risco de ser apedrejado, simbolicamente falando, como alvo esquisito dos defensores da ética de conveniência pessoal. É parecer retrógrado, enjoado, antipático, cafona, esquisito, abestado, “o  certinho”, etc.
O poeta Rui Barbosa, o Águia de Haia, maior referência da intelectualidade nacional, certa vez afirmou que “de tanto ver prosperar a desonra o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Tal expressão, dita no século passado, traduz uma verdade mais do que nunca atual. Todo ser verdadeiramente ético é por natureza honesto, leal, sincero, cumpridor dos seus deveres para com a sociedade, em que, vive. Devemos refletir que a semente lançada pela ética não é fruto de uma safra.Ela é uma semente que pode perpetuar em toda a nossa existência e produzir frutos viçosos.

Cidadania: Uma Questão para Educação, de Nilda Teves Ferreira, diz que”aquele que esqueceu suas utopias, sufocou suas paixões e perdeu a capacidade de se indignar diante de toda e qualquer injustiça social não é um cidadão, mas também não é um marginal. É apenas um nada que a tudo nadifica”.

Não queremos no espaço democrático analisar a utopia ou uma fantasia ideal de sociedade. Toda sociedade se baseia em indivíduos, atitudes e princípios corretos, ou não. Todos tem o livre arbítrio para errar ou acertar. Engraçado é a indignação do homem para o erro, eis a consciência da limitada capacidade do homem para evolução, com algumas exceções. Alguns buscam uma postura intelectual estilista e alimentam esses princípios filosóficos em seu próprio meio. Razões férteis somente em mentes bem alimentada se vestidas, como ser viventes de uma roda-viva com comunhão de interesses pessoais. Uma nata social que pode se dar ao luxo de teorizar a abstração do ser perfeito, imprimidas razões que a própria razão desconhece. Ética n& atilde;o é nada disso.

Vivemos uma inversão de valores. E o que são valores?Analisando vários autores, valores são manifestações culturais que relacionam os meios com os fins. Os fins constituem as grandes utopias de indivíduos e das sociedades, dos sistemas de explicações, dos mitos  e da cultura.Os meios criados para atingir os fins dependem dos instrumentos materiais e intelectuais de que dispomos também dependentes da cultura. Tais valores, que são universais, constituem uma ética maior, sem a qual a qualidade do ser humano se dilui. Uma proposta para essa ética maior é a ética da diversidade. Respeito pelo outro com todas suas diferenças, solidariedade com o outro na satisfação da necessidade de sobrevivência, transcendência e finalmente cooperaç&ati lde;o com o outro na preservação do patrimônio natural e cultural comum.

O ser humano separa uma parte do mundo para construir abrigo protetor e permanente. A ética como morada humana, não é algo pronto. É construida de uma só vez. O ser humano está tornando habitável a casa que construiu para si. Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que ela seja uma morada saudável, materialmente sustentável, psicologicamente integrado e espiritualmente fecundo( Frei Leonardo Boff, em A Águia e a Galinha).

Quando todos combinarem iniciativas com espírito de equipe temperada com solidariedade, com certeza as competências técnicas e as qualidades morais crescerão significativamente. Os verdadeiros valores morais universais fluirão naturalmente. Eles haverão de se impor de maneira tão suave que pouco a pouco sentiremos uma plena satisfação interior.

Grande realização utópica seria o advento de uma ética global. O fenômeno provocaria, sem dúvida, profunda reanimação de valores morais nas culturas, ou seja, no seu modo de pensar, ser e agir de cada pessoa. Tal reflexão nos remete a Zirou Nanzhao, em sua obra Educação, Um Tesouro a Descobrir.

Aldous Huxley afirma que “o bem da humanidade deve constituir, em que, cada um goze o máximo de felicidade que possa , sem diminuir a felicidade do outro”. Finalizando disse Stanislaw Ponte Preta, em Máximas de Thales Guaracy: “Ou nos locupletemos todos ou restau-se a moralidade”.


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