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Reforma Trabalhista: mal necessário

Claro que na discussão na mente de 503 pessoas é variante, obedece a regra distinta, pois colocar num feixe só diversas opiniões é tarefa com amálgama impossível.


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/ Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

Em parte por dever cívico e, também, e muito mais, pelo desejo de participar das decisões que digam respeito ao bem-estar do país, pois, direta ou indiretamente, isso ecoa nos anseios de todos nós, e que torna feliz toda uma comunidade. Foi o que fizemos todos nós na quarta-feira, 26 de abril, diante da televisão, assistindo ao debate da proposta da Reforma Trabalhista, segmento responsável por mexer com todos os cidadãos, pois como disse François Marie Arouet (Voltaire), o “ trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade“.

Claro que na discussão na mente de 503 pessoas é variante, obedece a regra distinta, pois colocar num feixe só diversas opiniões é tarefa com amálgama impossível. Mas a bem do interesse público as mentes deveriam ser mais ordeiras em favor do consenso, porque desde 384 a.C Aristóteles já detectava que “cada um pensa em si, quase nunca no interesse público. É o que vi ali numa reunião de mais de 10 horas.

Durante os debates muitas verdades foram ditas, todas arremessadas sobre o governo do Partido dos Trabalhadores, que defendia o que ele mesmo, com sua política populista, complicou e, agora, insensatamente, tentou comandar a manutenção do que já está ultrapassado. Os mais afoitos a destruir novas concepções trabalhistas consoantes as doutrinas modernas eram o mesmos que no passado nada fizeram de proveitoso em favor do trabalhador naquele momento de confronto possíveis vítimas de interesses de impiedosos capitalistas.

Os partidos mais ferrenhos para que fossem mantidas as regras anteriores são aqueles a que se chama de nanicos, e que o maior ganho é permanecer na filosofia que sempre defenderam, sem pensar naquilo que Aristoteles disse sobre o interesse de cada um.

Por que esses mesmos defensores de agora não multiplicaram o salário para permitir melhor condição de vida para os trabalhadores? Por que, até hoje, o mínimo está no indecente R$ 937 , quando deveria ser três vezes mais, de acordo com a necessidade de sobrevivência das famílias?

O que se questiona é que isso é uma tentativa de acompanhar o progresso do mundo tecnológico atual, permitindo uma visão mais moderna, embora nas mutações hajam prejuízos para algumas estabilidades, sendo mais patriótico a mudança em relação ao atraso. O importante é que essa revolução no campo social se dê em concepção democrática, sem descambar o regime de força, prejudicial em todos os sentidos. No Brasil há uma realidade que todos deviam conhecer e, quando se postar a propor soluções é vital analisar o problema do crescimento do país. A população, em 1970, era calculada em 90 milhões de habitantes e, hoje, 2017, 47 anos depois, a soma é de mais 200 milhões, portanto 110 milhões de novos consumidores. O que fizeram os homens públicos para em padrão normal regular esse quantitativo? Nada. A prova disso é o embate vazio de uma multidão, cada qual procurando o interesse subalterno, deixando de lado o essencial, que é o país. Se assim não fosse, a reunião de tanta gente terminaria consensual, desde, é claro, respeitando as divergências, porém, em grau elevado.


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