Política

Randolfe diz que governo Temer acabou e insiste em eleição direta

Senador confirma que entrou com representação pedindo cassação do mandato de Aécio Neves



O senador Randolfe Rodrigues (Rede) declarou na manhã desta sexta-feira, por telefone, ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que o escândalo político protagonizado pela delação do dono da JBS, Joesley Batista, “foi o fim do governo do senhor Michel Temer”. Ele confirmou, também, que protocolizou representação na Comissão de Ética pedindo a cassação do senador Aécio Neves (PSDB), porque quebra do decoro parlamentar.

“Infelizmente até ontem o STF (Supremo Tribunal Federal) não liberou toda a denúncia do Procurador Geral da República (PGR) e documentos e gravações contra o presidente Michel Temer, que desde ontem está sendo investigado pelo STF; é importante ressaltar que não há precedente disso, porque nunca na história brasileira um presidente da República veio a ser investigado pelo Supremo; estou aguardando hoje a disponibilização de todos os dados que levaram a PGR a pedir a instauração de inquérito para decidirmos o que vamos fazer& rdquo;.

Sobre comentário do jornalista Gerson Camarotti em seu programa jornalístico na GloboNews na noite de quinta-feira, minimizando o trecho da conversa do empresário Joesley Batista com o presidente Temer, o senador ponderou que a conversa gravada mostra de forma inequívoca, no mínimo, a passividade do presidente da República com ações criminosas:

– Primeiro, eu como senador, jamais recebo empresários e dirigentes de órgãos em audiência que não seja pública, que não seja oficial, que não fosse conhecimento de todos; e essa agenda do presidente não foi pública, estava fora dos compromissos oficiais; recebo empresários e publico dentro da agenda; o presidente recebeu o empresário fora da agenda oficial, e no dialogo o próprio presidente diz ao empresário que os encontros deles têm que ser naquela horário (22h30); o mais grave é que o presidente conversa sobre o silencio de um c riminoso (ex-deputado Eduardo Cunha) e orienta para o empresário ter no mínimo amizade com um achacador, com um criminoso. O próprio presidente conversa com o empresário dizendo “comprei um procurador, comprei dois juízes”, e o presidente não recrimina, conversa naturalmente como se nada de anormal tivesse. Isso é muito grave – comentou.

Randolfe ressalta a falta de credibilidade de Michel Temer: “O governo do senhor Temer foi o pior caminho para o Brasil, e agora, ao anunciar que não vai renunciar, ele optou em não perder o foro privilegiado e não ser julgado pelo juiz Sérgio Moro; o governo Temer acabou exatamente no mesmo horário em que a delação do dono da JBS veio às ruas; ele perdeu o apoio do mercado e a credibilidade em todos os sentidos, e a manutenção dele no governo só fará o Brasil continuar sangrando”.
 

Representação contra Aécio
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O senador destacou que tem boa relação política com seu colega Aécio Neves e justificou a representação contra o tucano no Conselho de Ética: “Eu sempre tive uma boa relação com o Aécio, com muito respeito, embora nunca tenha chegado a ter contato com ele no meu gabinete ou no gabinete dele, mas temos contato no Plenário do senado; entretanto, não estou designado pelo povo do Amapá para montar confraria de amigos, por isso eu representei ontem na Comissão de Ética para cassação do mandato dele; foi lamentáve l representar contra ele, mas é meu dever de ofício diante da população e da República”.

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