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Dez dias decisivos para Temer

Não se descarta a imagem negativa de Temer. No passado, como ainda agora, sempre teve as rédeas do PMDB.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista 

Quando alguém sai às ruas, defendendo seus pontos de vista, recusando a aceitar opiniões contrárias de outros, esse mesmo alguém corre o risco de ser considerado radical por não entender o que para um é racional e para outro rejeitado. As questões são normalmente colocadas na área política, na qual por mais claro que seja o raciocínio encontra sempre pontos discordantes. O assunto mais frequente no momento é a posição do presidente Michel Temer, figura que representa, para a oposição, a pior sintonia em relação aos desejos da gente deste Brasil imenso.

Não se descarta a imagem negativa de Temer. No passado, como ainda agora, sempre teve as rédeas do PMDB. No entanto, nunca demonstrou a ambição de ser Presidente da República. Para esse cargo, sempre dava apoio a outros nomes, rejeitando até candidatos de seu partido, tidos e considerados os mais bem preparados do país inteiro, e prontos para disputar eleição tida como certa. O tempo passou e ele sempre se aproveitou do poder que tinha, acumulando, por isso, grande rejeição, porque não via a necessidade de colocar em ação as melhores condições para o Brasil não cair na masmorra que hoje vive, e por falta de ações corretas entregue comumente aos menos capazes. Então, os pecados de Temer são agora lembrados no momento impróprio para julgá-lo quando, por destino, o que ele sempre desprezou veio cair em seu colo.

Depois disso tudo não quer dizer que quem defende Michel Temer seja mais esclarecido em detrimento de outros que defendem pontos de vista diferentes. Não é esta a questão. Certo ou errado, Temer é o homem que deveria ter o apoio geral, que seja da posição ou da oposição, por representar o melhor que todos deveriam desejar. Os acontecimentos de Brasília na terça-feira, com brasileiros depredando ministérios, ateando fogo nos prédios, são imagens que fogem ao bom senso e, por certo, não pode ter o aval da população, salvo se houver desequilíbrio mental.

Claro que no descompasso que o Brasil viveu nos últimos 13 anos na política nacional, muitos adiantamentos na vida social do país deixaram de ser priorizados, e o saldo é o que se ver agora.
As reformas implementadas pelo governo atual deveriam ser agilizadas há algum tempo. Não as fizeram no momento certo em que o governo possuía maioria no Congresso, aparece agora como uma afronta ao trabalhador que, hoje e sempre foi massa de manobra para a política, essa mesma que os adversários de Temer reclamam e jogam sobre ele a insatisfação.

O que é preciso entender é que um país não pertence a grupos, senão a toda a população. Claro que haverá choques, cada qual defendendo o melhor. Mas chega tempo em que a decisão de uns, embora sejam duras, ficam na obrigação de ser aceitas por todos, pois não se trata de privilégio, mas de consenso. Enquanto não houver unanimidade na compreensão de que em função da estabilidade da Nação não há lugar para discussão partidária, pois está em jogo o equilíbrio, princípio básico de uma Nação, aonde todos devem se apegar, independente de sua vaidade ou interesse pessoal.


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