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Violência, tragédia de uma Nação

Foi então como presunção política e não como é hoje na escalada de violência que se espalha pelo país inteiro, do Oiapoque ao Chuí, e nos demais estados com massacre que lembra o período da Inquisição, durante o qual heresias nada valiam em relação à vida.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

Seja longo ou mesmo rápido, o levantamento histórico da vida penal no Brasil constata que jamais o país passou por período tão deprimente na questão de segurança, até mesmo no que ensejou o episódio de 20 anos de ocupação militar que, segundo seus autores foi eclodido como defesa e salvaguardas da Nação ameaçada pelo comunismo, regime em desacordo com a índole do povo brasileiro.

Foi então como presunção política e não como é hoje na escalada de violência que se espalha pelo país inteiro, do Oiapoque ao Chuí, e nos demais estados com massacre que lembra o período da Inquisição, durante o qual heresias nada valiam em relação à vida.

Os jornais televisivos dentro das próprias casas representam momentos de choque para os telespectadores que gastam tempo para assistir à barbárie, amargurando-se sem opção, salvo a se lamentar por ter que viver num país extraordinário, mas com pouco a comemorar.

Lamentar seu voto dado ao suposto bom parlamentar em nada resolve, pois não teve culpa, cabendo ao dono do voto que se corrompeu sem evitar a guerra de irmãos contra irmãos.

Esses votos que o eleitor deixou nas urnas com o objetivo do melhor resultado acabou sendo traído, e hoje o Brasil é um campo de batalha onde a vida humana vale muito pouco dada a leniência, e que o assunto foi tratado por Código Penal de 1940, que não pune bandido que incendeia garagens inteiras e de dentro de presídio dá ordem para matar quem estar em liberdade.

Não passa de ilusão imaginar que no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, assoberbados com crises financeiras, são os delitos contra a vida. O Rio de Janeiro atingiu a raia do absurdo com violência sem igual. Mas o crime se alastrou, e Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Bahia e Pará são também líderes na estatística do crime.

A incapacidade política deixou sua marca, e o débito que o povo paga é demasiado com vida com carência de toda ordem, pois os governos sem competência e corruptos deixaram a população à mercê de sua própria sorte.

O Rio, com 1009 favelas, está a exigir harmonia em que providências venham de cima. É esperar por milagres.

Então a pergunta: Qual o caminho a seguir? Infelizmente, nada de bom se pode esperar, pois o caos foi instalado e todos sabem quais são os culpados, porque a classe política não avalia resultado negativo de sua inércia.

O caos em Brasília, local que, por consenso, seria o centro maior da concórdia, ao contrário parece lavar as mãos, porque lá o binômio ambição e traição ocupa o distinto primeiro lugar, para tristeza deste imenso país.

A culpa é de todos, pois se esqueceram da valorização do homem através do caminho mais direto, ou seja, a educação. Enquanto não houver esse cuidado, o lamento será geral, pois não haverá quantitativo capaz de introduzir novas ideias nas cabeças de quem nunca as vivenciaram.

No Rio morre-se nas ruas, com balas perdidas, além da nova estratégia abastecer a bandidagem através do roubo indiscriminado de cargas.

A previsão de que o Brasil seria o país do futuro passou a ser apenas uma alusão sem sentido. Enquanto a classe política não entender que o Brasil não é dela, mas de mais duzentos milhões de habitantes, viremos o inferno que felizmente não é geral, porque ainda tem gente que, com sorte e trabalho, consegue viver em calmaria, mas rezando muito para sua tranquilidade, família e amigos. Além da educação, mãos fortes e competentes são caminhos da redenção.


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