Política

Disputa pelo controle da Fieap pode ter mais um round nesta sexta-feira

Na terça-feira, 8 de agosto, um grupo de conselheiros formado por presidentes de oito sindicatos publicou edital convocando assembleia geral extraordinária para o dia 18 do mesmo mês com o objetivo de tratar da situação atual da federação


Paulo Silva
Editoria de Política

Envolvida em irregularidades desde 2013, quando perdeu o controle do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria (SESI) no estado, a Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap) pode protagonizar mais um escândalo nesta sexta-feira (18/8) por conta de reunião convocada por um grupo de conselheiros e cancelada por outro.

Na terça-feira, 8 de agosto, um grupo de conselheiros formado por presidentes de oito sindicatos publicou edital convocando assembleia geral extraordinária para o dia 18 do mesmo mês com o objetivo de tratar da situação atual da federação, apreciação e análise dos atos administrativos e judiciais da diretoria e conselho fiscal da entidade referente ao mandato da ex-presidente Joziane Araújo do Nascimento correspondente ao período 2013/2017. Joziane Araújo é a deputada federal Jozi Araújo (Podemos-AP).

A assembleia foi marcada para a sede do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado do Amapá (SICEEAP), presidido por Felipe Monteiro, conselheiro da federação e adversário de Jozi Araújo.

No entanto, outro edital, publicado com data de 10 de agosto, assinado por presidentes de outros dez sindicatos, cancela a reunião extraordinária do Conselho de Representantes da Federação das Indústrias do Amapá. A alegação para cancelar a assembleia é a de ferir regras do estatuto da entidade que trata da competência do conselho em decidir soberanamente sobre tudo quanto possa interessar a Fieap.

De acordo com o artigo 15 do estatuto, “o conselho de representantes se reunirá quando convocado pelo presidente, pela maioria simples dos conselheiros ou pela maioria das entidades filiadas, para exame dos assuntos determinantes da convocação”.

Oito sindicatos convocaram a assembleia, enquanto dez assinaram edital para o cancelamento. Entre os dez está Josevaldo Nascimento, do Sinpel, irmão da deputada federal Jozi Araújo e quem daria as ordens no controle da federação.

DESVIOS E SINDICATOS FANTASMAS – Suspeitas de desvios de dinheiro e nomeação de parentes da presidente pesam sobre a Federação das Indústrias do Amapá desde 2013.

Naquele ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) contratou a PwC, uma empresa de auditores independentes, para realizar uma devassa nas contas e procedimentos da Fieap.

A federação, que controlava o SENAI e o SESI no Amapá, recebia repasses de cerca de R$ 20 milhões por ano das entidades nacionais. A auditoria começou após a direção da CNI ter recebido informações de que sindicatos fantasmas passaram a controlar a federação, desviando dinheiro do caixa da entidade.

Os problemas coincidiram com a posse, em janeiro daquele ano, da presidente Joziane Araújo então presidente do Sindicato de Joalheiros e Ourivesaria do Amapá, justamente um dos suspeitos de ser fantasma pelo fato de só haver ourives artesanais e informais no Amapá. Nada de indústria.

Desde que assumiu a federação, ninguém teve notícias de medidas sugeridas por Joziane capazes de transformar o Amapá numa potência industrial. A Fieap está afastada da Confederação Nacional da Indústria e o SESI e SENAI estão sob intervenção desde 2013.


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