“Agora tenho uma casa para chamar de minha”, comemora contemplada após mudança

Um cômodo e banheiro fora da casa. Essas são as características do lugar onde Eliete Queiroz, 33 anos, diarista, morou de aluguel com seus quatro filhos durante muitos anos. Nesta terça-feira, 22, a chefe de família foi uma das primeiras a mudar-se para o apartamento com o qual foi contemplada no Conjunto Habitacional Macapaba II, inaugurado pelo Governo do Amapá no último sábado, 19, que agora garante a ela e sua família mais conforto, privacidade e felicidade.

“Não era todo mês que eu tinha dinheiro suficiente para pagar aluguel e manter nossa alimentação e demais custos. Foram anos difíceis, sem poder dar a meus filhos o conforto que precisam. Agora tenho uma casa para chamar de minha, privacidade, um lugar digno e a expectativa de que nossa vida mudará completamente, para muito melhor”, comemorou Eliete, emocionada e com um largo sorriso no rosto.

Eliete é uma das titulares das 2.218 unidades habitacionais, entre casas e apartamentos que compõem a segunda fase do Conjunto Habitacional Macapaba. Assim como ela, as demais famílias já podem realizar suas mudanças em até 30 dias, como consta no contrato assinado por elas junto à Caixa Econômica Federal.

Dentre as famílias beneficiadas estão 236 vítimas do incêndio ocorrido em 2013, no bairro Perpétuo Socorro. Estas pessoas estão isentas de pagar pelas moradias, graças ao empenho do Governo do Amapá em tratativas com a União. Além destas, mais 64 vítimas do sinistro contempladas no Macapaba I e 100 contempladas no Conjunto Mestre Oscar, também foram beneficiadas com a isenção.

Tiago Ferreira, 34 anos, açougueiro, é uma das vítimas do sinistro. Ele, a mulher e o filho de 9 anos mudaram-se hoje para a casa com a qual foram contemplados no Macapaba II. No incêndio eles perderam tudo o que tinham e passaram a receber o aluguel social.

“Morávamos desde 2006 na área do incêndio e assim como tantas pessoas perdemos tudo. Foi muito difícil recomeçar, mas tudo que acontece em nossa vida tem um propósito. Hoje estamos sendo agraciados com a nossa casa, tendo direito à isenção de pagamento pela moradia. Só queremos olhar para frente, cuidar e aproveitar o nosso lar”, salientou Tiago.

A secretária de Estado da Inclusão e Mobilização Social, Nazaré Farias, acompanhou o primeiro dia de mudanças para o conjunto. Ela orientou as famílias e prestou esclarecimentos importantes neste primeiro momento, como os relacionados à água, energia e chaves das moradias.

“Aqueles que ainda não realizaram cadastros referentes à água e energia devem procurar as Companhias de Águe e Esgoto e de Eletricidade do Amapá, munidos de documentos pessoais e das moradias, para que sejam efetivamente cadastrados e possam usufruir dos serviços”, destacou a secretária, reforçando que os moradores que já fizeram os cadastros devem atentar-se em ligar os registros de águe e energia antes de entrar nas unidades.

Aos moradores que não pegaram suas chaves no dia da inauguração, foi dado o direcionamento para o escritório da Direcional Engenharia, que fica na entrada do conjunto. No local, os técnicos recebem os moradores e lhes entregam as chaves dos apartamentos ou casas.

O investimento total para construção do Macapaba II foi de R$ 121 milhões. Deste montante, R$ 13 milhões foram alocados do tesouro estadual. O GEA ainda investirá R$ 34 milhões em aparelhos sociais, que contemplam escolas de ensino médio e fundamental, e Unidade Básica de Saúde, obras que já estão em execução. A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf) prevê para outubro a entrega das unidades educacionais.

Duas creches também serão construídas. A primeira obra tem previsão de lançamento da licitação para as próximas semanas. O outro projeto está na coordenadoria de habitação da Seinf, para atualização de preços.

Mais investimentos em Defesa Social também serão feitos, reforçando o policiamento que já é continuo em todo o conjunto habitacional. O Governo do Amapá busca no Ministério das Cidades apoio para liberação de emendas paramentares impositivas para que seja reforçada a segurança pública na região.

Os filhos de Eliete Queiroz têm entre 02 e 14 anos. Ela comemora o empenho do GEA em garantir-lhes o direito de acesso a aparelhos sociais. “Tendo escolas perto de casa, influencia positivamente no rendimento dos meus filhos e reduz os gastos com transporte. Além disso, saúde e segurança para todos nós são essenciais”, concluiu.