Osmar Júnior

Brasil, um rio de lama


A cada dia a irracionalidade dos políticos chega mais perto das tribos indígenas da Amazônia.

Querem invadir as reservas corrompendo a alma do índio com grana, para construir hidroelétricas e quem sabe afanar o ouro e a madeira. Propõem aos indígenas participação nos lucros dos projetos de energia. O índio perdeu seu espírito para outras religiões que deviam ser processadas por invasão de almas desde o “descobrimento” deste continente. Os mais velhos morrem, os mais novos estão doentes, querem emprego e roupas, não querem mais ser índios, vão ao encontro do sistema capitalista corruptível do Brasil.

Os políticos simplesmente não conseguem buscar ideias para a humanidade futura ou presente, de forma imediata, não são amigos da flora e da fauna brasileiras. São apenas políticos, querem uma floresta de pedra e ferro retorcido. Com idade avançada é incrível como o homem roubou mais do que pode gastar em uma vida.

Vossas excelências trocam palavras pesadas, chamam-se entre si de safados.

Em uma briga de plenário foi o que aconteceu. Ficaram dizendo verdades um ao outro; foi muito engraçado para não dizer trágico. Queremos realmente ser admiradores da política brasileira, mas ainda não dá, e tudo está ficando cínico demais; o cara tá vendo que tá enrolado, que foi descoberto, e continua mentindo de forma doentia, como se fosse um distúrbio.

Dificilmente escapa um, sempre há um interesse atrás da cortina, uma baboseira. São sujeitos superinformados, pois o cargo expande o conhecimento pátrio em Brasília, uma inteligência que se apaga logo, diante do jogo do poder.

É uma tragédia manter alguns caras no plenário, não enxergam além dos seus interesses. Aprovam obras no pregão, a mais barata ganha, estrategicamente arranjada por seus sócios ministeriais. Essas vão desabar levando a muitas catástrofes. Tomara que aqui no Amapá isso não aconteça mais. Nossa gente já paga caro a conta da corrupção da CEA, não merecem morrer afogados, o rio está morto de peixes, pobre Araguari, a empresa alega que pelo fato da usina Coaraci Nunes não ter a porta migratória para os peixes, essa também não precisa, disse-me o promotor de justiça, e agora o povo da região fica fazendo perguntas em cima do leite derramado.

Com a debilidade administrativa do Executivo em Brasília, que não consegue sair do rabo do burro e nem da eterna campanha maquiada esquerdista de curral que nos levou à maior busca e apreensão da história, o Brasil cai, suas barragens caem, seus peixes morrem, sua gente se afoga na lama das usinas e da corrupção, seus doentes morrem, morrem as esperanças da juventude entre drogas lícitas e ilícitas, sim, porque tudo que vicia é uma droga, inclusive a droga da televisao e das rádios brasileiras, a droga anticultural, a droga da latinha, da garrafa, do papelote, da propaganda, do smartphone e principalmente a droga da urna comprada nos pleitos eleitorais.
E o Brasil afunda num rio de lama.
Um domingo de esperança a todos.