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A lama do esporte olímpico

A história não devia espantar ninguém porque o esporte, salvo pequeníssima parcela é comandado por aventureiros, cujo fim é só tirar proveito na nobreza da atividade. Quando o Brasil (os dirigentes esportivos, claro), foram à Copenhague, Dinamarca, com a missão de ganhar os Jogos de 2016


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

O esporte olímpico tão carente em seus feitos no país, de repente surge com destaque na mídia não em razão de feitos nas arenas olímpicas, mas no campo da corrupção, a mesma que assola o país decorrente de um quadro político grave que vê apenas o enriquecimento ilícito com desprezo total da massa populacional e suas agruras atrás de boa saúde e mais importante na graduação pessoa, que é emprego.

A história não devia espantar ninguém porque o esporte, salvo pequeníssima parcela é comandado por aventureiros, cujo fim é só tirar proveito na nobreza da atividade. Quando o Brasil (os dirigentes esportivos, claro), foram à Copenhague, Dinamarca, com a missão de ganhar os Jogos de 2016, para o Rio de Janeiro, escondia na manga do paletó uma realidade motivada na época pelo governo federal que tinha vontade de se mostrar ao mundo, sem, porém,possuir base estrutural e até moral .Potencial o país tinha e tem para promover grandes eventos, mas se esqueceu de que os emissários era gente sem escrúpulos, disposta a comprar o que, realidade, não se vende.
Resumindo: pelo desejo de se mostrar ao mundo com virtudes que não tinha, os dirigentes na reunião do Comitê Olímpico, em 2009, levaram a mensagem de que queriam espetáculo e, sem tradição olímpica, o povo foi enganado por vendilhões que venderam e compraram votos, enganando potências como os Estados Unidos e Franca, cujo comportamento pura e simplesmente, era esportivo e não troca de favores.

Foi assim que Carlos Arthur Nuzman assessorado por uma enorme caterva conseguiu a promoção, oferecendo, em troca, votos quando precisasse deles. O próprio Nuzman no depoimento prestado à Polícia, Federal, no Rio, silenciou, depois que se descobriu t ter ele ganho passaporte da Rússia, com a obrigação de votar na cidade de Sochi, que promoveu os Jogos de Inverno de 2014.

A história é cumprida e precisa de um anuário para contá-la. Mas vamos aos aspectos principais. Ganhando os Jogos, a quadrilha se motivou e aí todos sabem como foram feitas obras desnecessárias como a reforma do Maracanã, do Mané Garrincha e demais construções de arenas em estados em que olímpismo é inexpressivo. A alegação dos promotores era de que a disputa dos Jogos no país significaria progresso, mas só na visão deles, porque das diversas instalações erguidas, a maioria está sem atividade e representa verdadeiro elefante branco. O que restou da promoção que trouxe ao Rio mais de 17 mil atletas foi à lembrança de um espetáculo que emociona, como de resto é o esporte quando praticado com fervor e amor.

Para todos os brasileiros resta agora o triste retrato que o Brasil não merece. O esporte olímpico do Brasil nunca teve ascensão no mundo, bastando comprovar o que ele fez termos de medalhas, com apenas 128 medalhas, apenas 30 de outro, contra às dos Estados Unidos que só de ouro tem 1.022, mas não se precisa ir muito além, pois Cuba, uma pequena ilha, tem 264 medalhas, sendo 77 de ouro. No esporte, onde o mundo se une fraternalmente pesa agora no Brasil essa mancha difícil de ser apagada.


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