Douglas Lima

Espera

Até quando, não sei, mas continuo acreditando que logo a invenção passará a servir efetivamente no combate ao Aedes, e assim abrir uma guerra mais implacável contra esse mosquito.


Na Revista Diário, ora em circulação, há uma matéria escrita por mim sobre a descoberta do amapaense estudante de farmácia da Unifap, Ícaro Sarquis. O jovem, apenas 22 anos, elaborou o larvicida até agora mais potente contra o Aedes Aegypti, mosquito cruel que transmite, entre outros males, o zika vírus, febre amarela e chikungunya. O composto foi inventado a partir de uma substância existente no óleo de sucupira, insolúvel na água. O rapaz até ganhou uma grande prêmio nacional, por causa do seu feito. Bravo! Que alegria! Que distinção para o Amapá! Mas, em que pese a importância da descoberta, o larvicida continua retido no laboratório de farmácia, ainda em sua dosagem inicial. De lá não pode sair porque a Unifap não tem recursos para produzi-lo em escalas, e ninguém parece para financiar esse bem para a humanidade. Até quando, não sei, mas continuo acreditando que logo a invenção passará a servir efetivamente no combate ao Aedes, e assim abrir uma guerra mais implacável contra esse mosquito.

 

Questão de dinheiro
Esse negócio de judicializar praticamente tudo, no Brasil, tira do Poder Judiciário tempo para dirimir causas verdadeiramente importantes para o seguimento normal da sociedade.
Aqui no Amapá, por exemplo, a Justiça está às voltas na análise e julgamento da obrigatoriedade ou não das farmácias e estabelecimentos afins manterem farmacêuticos no tempo integral de seus atendimentos ao público.

É uma perda de tempo.

Todos sabemos que isso é obrigatório, já está no ordenamento jurídico do país, há muito tempo. Mas não, o MP, Justiça, Vigilância Municipal e outros mais preferem gastar tempo com a questão.
Aliás que os próprios donos das farmácias locais deveriam se compenetrar que ter farmacêutico de plantão em seus estabelecimentos lhes dar maior credibilidade junto à população.
Porém, como querem gastar o mínimo com pessoal, lutam na Justiça para separar de suas atividades um profissional tão importante no campo da saúde.

 

Fazendo uma obra prima
Uma das lembranças mais remotas que tenho de meu pai é a de que ele gostava de fazer pinturas em espaços pré-numerados. A tela era grande, mas os segmentos numerados, de cores pré-determinadas, eram bem pequenos. Papai sentava em sua cadeira por horas, no porão de casa, trabalhando meticulosamente, com o quadro à sua frente e uma xícara de café ao lado.

Como menino, eu sentava nas escadas do porão e observava-o com fascínio. Meu interesse não era despertado pelo pensamento de que pintar mosaicos numerados o tornaria um grande artista. Mas eu ficava impressionado com a maneira como ele trabalhava pacientemente completando cada pintura pré-desenhada. Finalmente, os pequenos mosaicos, quando coloridos, se transformavam numa imagem, que ele considerava digna de tanto trabalho.Ao pensar na paciência de meu pai em dar vida a um quadro, meu coração se volta para o nosso Pai celestial. Ele vê as lacunas e as imperfeições em nossa vida, todavia nos olha pacientemente, e com amor, faz a Sua obra em nós, pois somos a Sua obra prima. Como obra de Suas mãos “…[nos] predestinou para [sermos] conformes à imagem de seu Filho…” (Romanos 8,29).

Que alegria é ter um Deus como esse que faz de nós novas criaturas (2 Coríntios 5:17) e nunca se cansa de investir Seu poder e esforço em nossa vida! Somente Deus pode nos transformar em uma obra prima de Sua graça.


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