Heraldo Almeida

Quanto vale a nossa história?


Confesso que não sei responder a essa indagação, pois sempre imaginei que nossa memória histórica não tivesse preço e muito menos estaria em prateleiras para medir seu valor cultural. Afinal, em se tratando de patrimônio cultural adotado por um povo, não tem valor financeiro que pague.

Pois é, só que aqui no Amapá, única capital brasileira banhada pelo rio Amazonas (o maior do mundo), rica em cultura regional, bem no meio do mundo, as leis são diferentes e o desrespeito com a história é visível.

É o que está acontecendo com o Macapá Hotel, que no início de sua vida fora chamado de Hotel Macapá, situado bem em frente à cidade, um lindo cartão postal que recebe um vento norte que abana nossa gente.

Não tem como não lembrar as belas tardes de domingo quando nossos pais nos levavam para passear em frente àquele lugar, e enquanto eles conversavam com amigos, nós, crianças, brincávamos. Um mar de pureza tomava conta do nosso mundo. Agora essas e outras contações estão ameaçadas e próximas a ficar somente nas boas lembranças.

A existência dessa casa é bem antes do Amapá ser transformado em estado, e nem isso sensibiliza nossos representantes políticos. E se uma pergunta me coubesse, poderia fazê-la sem nenhum problema: Qual o impedimento desse patrimônio continuar embalando nossa história?

O Macapá Hotel está na lista dos preferidos do poder público estadual para ser vendido ou leiloado, como queiram. Essa notícia choca os amapaenses apaixonados por esta cidade que um dia foi chamada “Jóia da Amazônia”, mas que hoje, com tristeza, lista mais um patrimônio da história tucuju que se despede de seu povo.

Será que existe autoridade maior de um poder para decidir pela extinção de uma casa que abrigou, durante décadas, um mundo de histórias? Será que o povo, verdadeiro proprietário do lugar, não poderia ser contemplado com a permanência de algo que venha garantir sua morada cultural?

Se a venda do Macapá Hotel é a única saída encontrada para resolver certos problemas causados, então qual o valor de nossa história?

 

  • É hoje

Neste sábado (16), tem show “Cores da Amazônia”, com os cantadores paraenses, Paulinho Mururé, Allan Carvalho (lançando o CD Oura).
Convidados especiais: Puka Dias (Afuá), Marcção Franco (PA), Zé Miguel e Amadeu Cavalcante (AP). No bar “O Barril”, esquina da av: Procópio Rola com a rua Hamilton Silva, às 22h. Informações: 98137-3130.

 

  • Museu

De 18 a 24 de setembro vai acontecer, em todo o país, a 11ª Primavera dos Museus (museus e suas memórias).
Em Macapá, vários serão os locais que receberão a programação do evento. A biblioteca pública, Elcy Lacerda, é um desses endereços.

 

  • Homenagem

Cantor e compositor, Marcelo Dias, vai homenagear o consagrado cantor Fábio Júnior, em show imperdível.
Dia 13 de outubro no Espaço D’Corte, na esquina da av: 1º de Maio com a rua Jovino Dinoá – Trem. Informações: 98119-9797.

 

  • Marabaixo

O 2º Festival Cantando Marabaixo está agendado para acontecer nos dias 3, 4 e 5 de novembro, na sede da escola de samba, Maracatu da Favela (av: Padre Júlio – Sta. Rita).
As inscrições encerram dia 13 de outubro, na Seafro, na rua Gal. Rondon, entre as avs: Raimundo Álvares da Costa e Enestino Borges – Laguinho. Informações: 99175-9142.

 

  • Recomendo

Cantor e compositor, Zé Miguel, vai festejar seus cinco ponto cinco (52 anos), com show especial “Celebrando a Vida”. Convidados especiais: Osmar Júnior, Amadeu Cavalcante, Val Milhomem, Joãozinho Gomes, Lula Gerônimo, Anna Macedo, Loren Cavalcante, Hadassa Oliveira, Aron Miranda e Cássio Pontes.
Dia 29 de setembro, no Teatro das Bacabeiras, 21h. Informações: 99118-2900.

 

  • Fotografia

Exposição fotográfica “I’ã Foto Fragmentos de Uma Amazônia amapaense”, do artista Paulo Rocha.
De 16 a 30 de setembro, no Excelentíssimo Jardim (av: Enestino Borges – 191 – Laguinho). Abertura às 19h, com Suite Xapiri-Curuocangô (Tatamirô Grupo de Poesia).

 

  • Círio

O amigo artista, Ricardo Iraguany, vai realizar a 2ª edição do Projeto Barca do Iraguany. Fé, amor, poesia, paz, solidariedade, música, teatro, dança, cultura, arte e devoção.
Dia 30 de setembro, às 18h, na Praça Floriano Peixoto. Informações: 99123-8267 – 98115-0902.

 

  • Lamentável

Só passando pra lembrar que bem devagar os nossos espaços culturais estão sendo deixados de lado, longe de nós e sem atividades fins. Sambódromo, Cidade do Samba, Centro de Cultura Negra, Museus, Escola Cândido Portinari, etc. Lamentável.