Cidades

MP-AP promove atividades em escolas públicas para levar o alerta sobre o suicídio

Segundo o relatório de prevenção ao suicídio da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 800 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo. No Brasil, são 32 pessoas que se matam por dia.


Para reforçar a campanha “Juntos, pela valorização da vida” e ampliar a mensagem do “Setembro Amarelo”, mês dedicado a disseminar o alerta sobre o suicídio, o Ministério Público do Amapá (MP-AP) iniciou, nesta terça-feira (19), uma série de atividades com a comunidade escolar, que visa contribuir com o processo de conscientização e quebra de paradigmas sobre o tema.

Segundo o relatório de prevenção ao suicídio da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 800 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo. No Brasil, são 32 pessoas que se matam por dia. Aqui no Amapá,  até o momento, foram registrados 37 casos. Os registros oficiais também indicam que o suicídio tem aumentado especialmente entre os jovens.

Com base nessas informações, as Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde; Educação e a dos Direitos Constitucionais, iniciaram as ações com palestras de sensibilização e exibição de filmes para os alunos das escolas da rede estadual, Deosolina Salles Farias e Reinaldo Damasceno.

“É preciso que a gente pare um pouquinho pra refletir sobre o que estamos fazendo das nossas vidas. Precisamos romper essa bolha do egoísmo e termos a consciência de que a vida do outro é tão importante quanto a nossa”, disse o promotor de Justiça Paulo Celso Ramos, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Cidadania.

O titular da Promotoria de Defesa da Saúde, promotor de Justiça André Araújo, destacou o quanto é difícil abordar um tema tão sensível. “As pessoas não gostam de falar, mas o problema pode estar bem próximo da gente. Levanta a mão quem conhece alguém que já se matou ou tentou o suicídio”, provocou. A reposta foi imediata e boa parte do auditório admitiu saber de um caso próximo.

“Da mesma forma acontece com a gente. Eu também já perdi pessoas queridas e conheço outras muito próximas passando por esse problema. E é pra isso que estamos aqui, para falarmos abertamente e quebramos esse tabu”, acrescentou o promotor.

Para o promotor de Justiça Roberto Alvares, titular da Promotoria de Defesa da Educação, o processo ensino – aprendizagem precisa levar em consideração as questões emocionais. “O conteúdo programático basicamente prepara os estudantes para exames e provas, mas, por que não se diz que a vida é o bem mais importante?. Precisamos sedimentar dentro das pessoas uma cultura de amor à vida”.

O ouvidor da Secretaria de Estado da Educação -SEED, Jetro Nunes, e a presidente da Comissão de Mediação da Ordem do Advogados do Brasil OAB/AP, advogada Lilian Martins, também levaram suas mensagens aos alunos e realizaram uma dinâmica para aproximá-los, fazendo-os perceber a importância de combater toda forma de discriminação, preconceito e bullying, comportamentos que podem causar muito sofrimento ao próximo.

A promotora Fábia Nilci, titular da 2a Promotoria de Defesa da Saúde, acrescentou o quanto é importante quebrar o silêncio. ” Sabemos que o mundo exige muito de todos nós. Precisamos estudar, trabalhar e dar resposta à sociedade a todo tempo. Mas, nada disso tem valor se estivermos doentes. As doenças emocionais são iguais as outras e devem ser tratadas. O primeiro passo é falar sobre o que estamos sentindo. Vencer o medo e pedir ajuda pode salvar uma vida”.

Ao final, foi exibido o curta-metragem “Agora já foi”, um filme sobre aborto e suicídio, produzido pela Federação Espírita do Amapá (FEAP). A mesma programação, realizada no turno da tarde – na Escola Estadual Raimundo Damasceno – contou com a presença da presidente da FEAP,  Ana Coeli Dias Araújo, e do promotor de Justiça Felipe Menezes, que abordaram a temática à luz da espiritualidade, e da porta voz do Centro de Valorização da Vida (CVV), Celiana Waldeck, com detalhes sobre o atendimento prestado pelos voluntários do Centro.

As próximas atividades serão três encontros com as equipes técnicas, pedagógicas e os Núcleos de Práticas Restaurativas das escolas das regiões norte, central  e sul.

Colaboração

Além dos diretores das escolas, professores e técnicos pedagógicos,  participam ainda da campanha, o Núcleo de Inteligência do MP – NIMP, o Juizado Especial, FEAP, CVV e a SEED.


Deixe seu comentário


Publicidade