Política

Inspeção judicial mostra que estado não adotou medidas para ampliar cirurgias ortopédicas

Durante a inspeção foram observados aparelhos novos – carrinhos de anestesia, que segundo informações da enfermeira-chefe do centro estavam em caixas há cinco anos, sem nunca terem sido montados.


Paulo Silva
Da Editoria de Política

A promotora de Justiça Fábia Nilci, titular da 2ª Promotoria de Defesa da Saúde, e o juiz Ernesto Colares, da 3ª Vara Cível e de Faz enda Pública de Macapá, fizeram uma inspeção judicial no Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) a fim de verificar se o governo do Amapá adotou as medidas necessárias para ampliar a oferta de cirurgias ortopédicas no estado.

O Ministério Público do Amapá (MP-AP) ingressou, em 2015, com uma Ação Civil Pública visando regularizar o serviço d e ortopedia no estado, dado o elevado número de pacientes na fila de espera por essas cirurgias. Em 7 de abril deste ano, durante audiência judicial, o GEA assumiu diversos compromissos, dentre os quais, a reativação dos cinco centros cirúrgicos, já existentes no HCAL, no prazo de cem dias, a partir daquela data.

Para tanto, o estado deveria adquirir focos cirúrgicos, carrinhos de anestesia completos, mesa ortopédica, intensificador de imagem e mesas de instrumental. A situação não mudou e apenas dois centros cirúrgicos estão funcionando.

Durante a inspeção foram observados aparelhos novos – carrinhos de anestesia, que segundo informações da enfermeira-chefe do centro estavam em caixas há cinco anos, sem nunca terem sido montados. O único item cumprido do acordo judicial foi a oferta de mais dez leitos na clínica ortopédica.

“A situação de quem espera é crítica. Pessoas aguardando há mais de oito meses por uma cirurgia ortopédica. Todas as enfer marias estão sem ventilação. Os pacientes levam seus próprios ventiladores. Os banheiros não têm acessibilidade. Nenhum deles. Enfim, estrutura precária”, detalha a promotora Fábia Nilci.

A clínica de ortopedia do HCAL também não foi cadastrada junto ao Ministério da Saúde, conforme acordado, por não ter estrutura física adequada.

“Os pacientes reclamaram, ainda, da alimentação e alguns disseram que muitas vezes chegam a passar mal. Outros relataram o drama de aguardar até oito meses por uma cirurgia, que não são realizadas por falta de material e insumos”, acrescentou a promotora.

Considerando que o estado não adotou as medidas cabíveis, a promotoria da Saúde vai requerer a aplicação de multa aos gestores, que pod em, ainda, responder por atos de improbidade administrativa pelo descumprimento de acordo judicial.

Participaram também da inspeção, o procurador do estado Jimmy Negrão; diretores do HCAL e servidores da Secretaria de Estado da Saúde (SESA).


Deixe seu comentário


Publicidade