Ulisses Laurindo

A hora e a vez do esporte olímpico


Diz o velho ditado que tem mal que vem para o bem. A enxurrada de escândalos nos cofres das finanças do Brasil deixou uma lição que/, aproveitada, dará bons resultados para todas as atividades da vida brasileira, principalmente no tocante ao respeito às leis. Por muito tempo, o esporte passou livre às graves crises financeiras e, em pouco tempo, tudo estava esquecido e não demorava muito, um novo episódio viria à tona e, novamente, se repetia o mesmo modelo de verbas desviadas e sem punição.

Com a Lava Jato houve outra dimensão e os atingidos podem ficar em impunes, mas foi mostrado ao país o seu falso valor. No campo esportivo, o banimento e a prisão de Carlos Arthur Nuzman da liderança do esporte olímpico trará, por certo algum benefício. Durante anos e anos o esporte não foi fiscalizado e tudo que se poderia imaginar acontecia sem prejuízo para os autores que continuavam na mais deslavada rotina. Isso aconteceu, principalmente, no futebol, onde a gama de dinheiro é imensa e grande é a gula do pessoal. No esporte amador, aquele classificado com o olímpico, tudo ocorria com mais parcimônia, porque o volume de verba era menor. Mas, mesmo assim, havia abuso e o prejuízo maior não era exatamente em relação às finanças e, sim, ao atraso do esporte quando media forças com outros parceiros. Os resultados sempre foram desiguais, e o Brasil com categoria para brilhar intensamente voltava cabisbaixo curtindo derrota;

Isso ocorria porque a prioridade não era a formação de equipe forte e sim, a manutenção do que existia para perdurar por muito tempo. A sacudidela dada agora no Comitê Olímpico por certo vai respingar em outros segmentos e são lições que poderão ser assimiladas e, daqui para frente, o Brasil pode voltar dos campos de batalha com muitas medalhas no peito, o que pouco ocorria. A megalomania dos dirigentes brasileiros não entendeu que trazer Olimpíada para Rio de Janeiro era atitude temerária, porque, ao esporte brasileiro faltava as condições essenciais para um espetáculo como aquele.Deu que para subir à altura dos Jogos meteram os pés pelas mãos e o resultado estamos tomando conhecimento agora. Fizeram o que não podiam e somos nós todos que pagamos alto preço