Política

Marina Silva nega mudanças na REDE e defende atuação de Randolfe Rodrigues

Colunista da revista Istoé atribui estagnação da presidenciável nas pesquisas a posicionamentos radicais do deputado Alessandro Molon (Rio de Janeiro) e do senador Randolfe Rodrigues (Amapá), afirmando que parte do eleitorado passou a identificar o partido como “um puxadinho do PT”. Ex-senadora diz que é graças ao trabalho da bancada que a Rede Sustentabilidade é identificada pela sociedade como um dos partidos que mais tem contribuído para o combate à corrupção no Parlamento.


A Coluna Brasil Confidencial de Octávio Costa, da edição desta segunda-feira (16) da revista Istoé publicou que em conversas com parlamentares, a ex-senadora Marina Silva “tem se mostrado preocupada com os rumos de seu partido, a Rede Sustentabilidade” afirmando que diante das pesquisas “que mostram sua pré-candidatura estagnada nas intenções de voto, ela atribui o mau desempenho à rejeição que a Rede estaria sofrendo principalmente em alguns setores da classe média”. Ainda de acordo com a matéria, “Marina avalia que essa faixa do eleitorado passou a identificar o novo partido como “um puxadinho do PT”, o que acabou por respingar em sua imagem”. Ainda de acordo com a publicação, Marina Silva teria dito que um dos fatores que levaram os eleitores a vincular a Rede ao PT “seria a postura agressiva do deputado Alessandro Molon e do senador Randolfe Rodrigues”, informando que daqui para frente “Marina quer promover mudanças” e vai abrir espaço para políticos de perfil mais moderado.

A publicação informa que, como os eleitores estão atrás de novos nomes, “que não tenham sido contaminados pelos vícios da política” e se mostram “refratários aos tradicionais quadros da vida nacional”, a ex-senadora já estaria sondando gente de fora do meio político para compor a futura chapa da Rede na disputa da Presidência da República, dando preferência a nomes do Judiciário, revelando que ela já teria conversado com o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa e também com Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo.

Em resposta à publicação a ex-senadora Marina Silva, através de nota, afirma que a REDE, “embora tenha uma bancada pequena, tem tido uma atuação destacada no Parlamento, graças ao trabalho dos deputados Alessandro Molon (RJ), Aliel Machado (PR), João Derly (RS), Miro Teixeira (RJ) e do senador Randolfe Rodrigues (AP). E é graças a esse trabalho, que mesmo sendo um partido recém-criado, já somos identificados pela sociedade como um dos partidos que mais tem contribuído para o combate à corrupção no Parlamento, como levantado pela pesquisa da FGV/RJ”.

Para Marina, a tentativa de classificar a REDE “como se fosse linha auxiliar de outras forças políticas é uma artimanha usada por nossos adversários com o objetivo de enfraquecer o posicionamento crítico e independente do partido; exatamente, por se colocar fora da polarização política e ideológica tão corrosiva para a democracia no país”, pontuando: “Junto com a bancada e os dirigentes da REDE, seguimos firmes no propósito de atualização da política e de construir uma transição para um modelo de desenvolvimento sustentável no Brasil. A REDE é o único partido que defende peremptoriamente a operação Lava-Jato. Isso demonstra o distanciamento que temos com as outras forças políticas”.

Sobre a suposta busca de nomes no Judiciário para a composição de chapa com vistas às eleições de 2018, Marina Silva garante que essas conversas não existiram. “Ainda estou em processo de decisão sobre minha candidatura. Meu encontro com os ex-ministros Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto aconteceu quando houve a recusa do senador Renan Calheiros em receber um oficial de justiça após decisão do STF” e finaliza: “Nós da REDE seguiremos na luta para combater as práticas abusivas e corrosivas que tanto vem prejudicando nossas instituições e fragilizam nossa democracia”.

Ouvido pela reportagem, o senador Randolfe Rodrigues reforça o que Marina já manifestou em Nota Pública e afirma: “Nunca estive em um momento tão bom no relacionamento com Marina Silva. Está tudo bem e realmente desconheço qualquer sinal que demonstre o contrário”.


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