Política

OAB nacional vai acompanhar investigações sobre mortes em série ocorridas em Macapá

Pedido foi feito ao Conselho Federal da instituição pelo presidente da Seccional do Amapá, advogado Paulo Campello. Objetivo garantir celeridade e isenção na apuração dos assassinatos do Sargento PM Hudson Conrado e de outras oito pessoas, estas ocorridas logo após a morte do policial militar.


O advogado Maurício Pereira confirmou na manhã deste sábado, por telefone, no programa Togas&Becas (DiárioFM 90,9) apresentado pelo advogado Helder Carneiro, que tem na bancada os advogados Wagner Gomes e Evaldy Mota, que a pedido do presidente da Seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Amapá, Paulo Campello, a Comissão de Direitos Humanos da OAB nacional vai acompanhar as investigações sobre as mortes em série ocorridas recentemente em Macapá. Segundo ele, o objetivo é garantir celeridade e isenção na apuração dos assassinatos do Sargento PM Hudson Conrado e de outras oito pessoas, estas ocorridas logo após a morte do policial militar.

“Quero deixar bem claro, porque surgiu até polêmica, sobre a colocação de um colega advogado sobre qual é minha atuação na Com de Direitos Humanos da OAB. O presidente da Comissão da Seccional do Amapá é o colega Heraldo Trindade; eu sou membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos, e como membros dessa comissão nós temos feito um estudo da violência policial no Brasil todo, porque esse fenômeno tem ocorrido no país inteiro; as polícias no Brasil quando vão para operações agem com uma letalidade muito grande. Isso tem que ser denunciado! Ocorreu recentemente no Pará, onde um PM foi morto e mais de 20 pessoas foram mortas em seguida por um grupo descaracterizado; também ocorreu em Osasco e em Barueri, em São Paulo. No Amapá ocorreu lamentável a morte do Sargento Hudson, que parece, foi latrocínio, vítima da violência que ele tanto combatia e seguiu-se uma onda de violência que atingiu oito pessoas em uma noite; dessas oito, eu tive o cuidado de pesquisar nome por nome no Tucujuris (sistema de acompanhamento processual do Tribunal de Justiça do Amapá), um tinha passagem por furto qualificado e um por violência doméstica, mas os outros seis não tinham nenhuma passagem. Agora se tem conexão com a policia ou não, cabe à polícia judiciária, à Corregedoria e ao Serviço Reservado investigarem, porque é preciso investigar”.

Maurício Pereira explicou como vai ser a atuação da OAB na apuração dos casos: “A comissão nacional da OAB só pode intervir na Secção se houver pedido da Secção. Nessa semana o nosso presidente seccional fez um pedido ao presidente nacional para que a OAB nacional venha ajudar no esclarecimento dessa onda de violência no Amapá. Estamos apenas esperando a delegação do presidente nacional para começarmos a agir no estado, porque com essa delegação eu terei autonomia para pedir diligências e fazer um trabalho de acompanhamento”.

Também ouvido pela bancada do programa, o presidente da OAB do Amapá Paulo Campello confirmou o pedido: “Esse e um problema que temos acompanhado em todo o país, como disse o doutor Maurício; vivemos um estado de violência exacerbado estamos e estamos muito preocupados com isso. Temos relato de problemas como esse em Alagoas, Maranhão, Espírito Santo e Pará. Eu fui ao Conselho Federal e pedi a intervenção da OAB nacional na violência como um todo, não apenas nessas execuções, mas também nas questões que atingem os próprios agentes de segurança, como no caso específico do Sargento Hudson, que foi assassinado num evento de violência, por isso essa criminalidade precisa ser combatida, tanto pelas instituições públicas como pelas instituições civis organizadas como a OAB. Precisamos unir forças, dialogar e encontrar soluções”.

Para Campello é necessário que as instituições se unam para o combate à criminalidade no estado: “Não podemos apenas reclamar através das redes sociais seja da ação exacerbada de agentes de segurança, seja criticando a Comissão de Direitos Humanos, porque cada cidadão tem que ter conciência do seu papel; temos que cobrar das autoridades públicas políticas efetivas para o combate da violência. Por isso eu fui cobrar a intervenção da OAB através da Comissão de Direitos Humanos nacional, para que se busque solução para combater o alto índice de criminalidade, os tráficos de drogas, de armas e de mulheres, pois estamos numa região fronteira e sabemos o quanto isso trás risco para a população do estado do Amapá.


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