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Livrarias e cultura pelo mundo

Em Portugal, que conhecemos melhor que os outros países, existem livrarias que atravessam diversas livrarias tradicionais e antigas, que evidenciam o gosto pela leitura do povo português de há muito tempo.


Luiz Carlos Amorim – Escrito
Articulista

Muitas coisas têm me encantado em visitas a países da Europa, como Portugal, França, Itália, Espanha, Suiça. Mas uma coisa que não posso deixar de notar é a quantidade de livrarias na França, na Itália, em Portugal, na Espanha. Na Suiça, cruzamos com feiras do livro a céu aberto, em pleno centro de Genebra.

Em Portugal, que conhecemos melhor que os outros países, existem livrarias que atravessam diversas livrarias tradicionais e antigas, que evidenciam o gosto pela leitura do povo português de há muito tempo. A Livraria Lelo, na cidade do Porto, inaugurada em 1906, é uma das mais deslumbrantes livrarias do mundo. Em Óbidos, a Livraria de Santiago foi criada dentro da antiga igreja São Tiago e ocupa todo o espaço do templo. Tudo continua lá, o púlpito, o altar, os santos, harmonizando com os livros. A Bertrand Chiado, em Lisboa, é a mais antiga livraria do mundo. São duzentos e oitenta e três anos de cultura, num dos maiores espaços de livros. Por lá passaram os grandes nomes da literatura portuguesa, como Eça de Queiroz, Alexandre Herculano, Antero de Quental, Fernando Namora, entre outros.

Na França as livrarias também são inúmeras, a leitura é atividade das mais importantes para a maioria. Na Itália, até em Veneza as livrarias são numerosas. Em algumas das vielas vi diversas, uma ao lado da outra. Lá, também, vi livrarias a céu aberto.

Em Roma, ao lado do nosso hotel, havia uma belíssima livraria e, na volta do jantar, à noite, vimos que havia como que um auditório nela e um clube de leitura estava em plena atividade. Então leitura é uma coisa que faz parte do dia a dia das pessoas, na Europa, e pode ser até que o número de livrarias não pareça muito grande para quem vive lá, mas comparado ao que temos no Brasil, a diferença é bem gritante.

Cultura é um diferencial por lá, com certeza, e o livro tem papel deveras importante nisso. A história secular de algumas cidades, milenar até, como o caso de Roma e Veneza e algumas outras, é uma coisa que marca a gente. Não há como andar em Veneza sem pensar que estamos pisando em chão que foi pisado por personagens dos mais importantes da história do mundo. Não há como caminhar por Roma sem sentir a energia de personagens de centenas, milhares de anos atrás. É, verdadeiramente, caminhar pelo meio da história.

A cultura que se respira, que se pode testemunhar em lugares históricos, em cidades e monumentos tombados como patrimônios da humanidade é uma coisa que impressiona qualquer um.

A viagem de trem, de Roma para Genebra é de uma beleza indescritível. As vinhas, em Montreau, Sion e outras cidades pelo caminho, lembram o Douro, em Portugal. Mas há lagos, há os picos nevados, há a arquitetura, há também as árvores que lá ficam com as folhas mais amarelas do que em Portugal, França e Itália.

Viver essas visões, essas sensações, absorver toda essa beleza e toda essa informação, toda essa cultura não tem preço. É uma experiência única, que a gente quer repetir e repetir e cada vez continua sendo única.


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