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Os descaminhos do PSDB

O partido não quis conhecer a triste realidade do Brasil atual em que é visível a intenção de grupos tentando derrubar o que estão no poder, agindo com a mesma infâmia no mesmo espaço.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

A batalha da vida diária nos ensina que ninguém é dono da verdade, e isso obriga que todos tenham o dever de compartilhar os caminhos de enfrentamento aos desafios que exigem soluções. Até agora não se entendeu as divergências dentro do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), legenda que um dia dirigiu a Nação com brilhantismo e que ainda são guardadas lembranças agradáveis por seus eleitores – os acertos políticos nos momentos decisivos, sem gestos demagógicos que viciam as boas ações em seu sentido lato.

O partido não quis conhecer a triste realidade do Brasil atual em que é visível a intenção de grupos tentando derrubar o que estão no poder, agindo com a mesma infâmia no mesmo espaço.

A desgraça do partido começou com a intenção de João Doria de ser a figura central, deixando como figurantes políticos de bons exemplos. Questões subalternas viraram prioridades que foram levantadas na denúncia de Aécio Neves, que de grande herói figurou como vilão.

O chocante episódio despertou na maioria de membros do partido o vírus da discórdia, envolvendo até o antes sereno Fernando Henrique Cardoso, que também se deixou levar pela onda e hoje ficou claro que pouco se incomoda que a legenda vitoriosa se iguale a siglas de aluguel, que envergonham as pessoas de bem.

A esperança do PSDB de concorrer com nomes de peso em 2018 acabou se esvaziando diante da perspectiva de ir para a luta com reduzida chance de vitória.

As manobras equivocadas adotadas pelo PSDB o tornou comum na política brasileira, e já está pagando pelo desgaste. A história do PSDB começou quando o país atravessava momentos incertos, como o de agora, e que medidas inteligentes reverteram uma inflação de 84% ao mês para 4,5% ano, e deixou a vida população em pleno regozijo por vários anos, até 2002, quando chegou a hecatombe e o caos vigentes de hoje em que se misturam dificuldades de vida e a carência de ética, período jamais visto nesta terra privilegiada.

O desmanche do PSDB, mesmo faltando 11 meses para a eleição de 2018, será difícil de ser reoquestrado, porque a figura que merecia respeito junto ao povo agora se juntou à vala comum daqueles que tiram proveito da política.

Este é um bom momento para lembrar a frase de Sêneca ( 4 DC.-65 DC.) de que “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir”. É caso presente do PSDB que tinha tudo para bisar o governo vitorioso, mas se perdeu, não sabendo controlar o egocentrismo, assim como a ambição e sabedoria e, agora, talvez, em vão, procure o que desperdiçou, ou seja, a esperança que lhe fugiu. Foi estranho nomes de destaques do partido se conflitarem com os próprios companheiros, como FHC, que vivia em insigne pedestal. Geraldo Alckmin, antes trunfo de peso, agora esvaziado. O PSDB se misturou à legenda sem valor, quando tinha conceito para levar bem-estar à população e mérito para orgulhar os brasileiros.


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