Cidades

Professores e mestrandos da Unifap fazem expedição ao Platô das Guianas

Equipe vai visitar vários países para conhecer a realidade dos brasileiros que moram em regiões fronteiriças, além da produção de um documentário e um atlas que serão disponibilizados gratuitamente para a população.


Uma equipe composta por professores e mestrandos de Relações Internacionais da Universidade Federal do Amapá (Unifap) inicia no próximo dia 28 uma expedição ao Platô das Guianas. O coordenador do projeto, professor Gutemberg Silva, explicou na manhã desta quarta-feira (22) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) que, além de conhecer a realidade dos brasileiros que moram em quarto países fronteiriços, o objetivo também é produzir um documentário e um atlas que serão disponibilizados gratuitamente para a população.

“Serão 25 dias, dos quais 20 dias com trajeto rodoviário e mais cinco dias fluvial. A ideia é, além de conhecer a realidade das comunidades brasileiras, também realizar um documentário e uma atlas com fotos para demonstrar os diferentes temas atinentes àquela região pouco conhecida no Norte da América do Sul. É um projeto de extensão e de pesquisas que vem sendo maturado a bastante tempo, que nasceu a partir de discussões entre mim e o professor Tiago, do curso de Relações Internacionais, e que agora estamos colocando em prática”.

O professor explicou que a expedição vai percorrer toda a extensão da Rodovia Transguianense: “Na realidade essa denominação ‘transguianense’ não tem realidade jurídica, porque é uma rodovia composta por conjuntos de rodovias de cinco países, incluindo o Brasil através da BR-156. Nós faremos um trajeto circulando a transguianense, que é justamente onde está concentrada a massa da população dessa configuração geográfica. Para a execução desse trabalho montamos uma equipe composta pelo Gabriel Flores, que é cinegrafista profissional, duas mestrandas do programa de Pós-Graduação de Estudos de Fronteira da Unifap, do qual sou coordenador, a Clícia Di Miceli e a Brenda Farias, e cada um de nos será responsável por um tema”.

Para o coordenador, o projeto é desafiador: “Ver a realidade de países bastante diferentes no contexto Sul Americano, de colonizações diferentes é um desafio. Vamos fazer o documentário e o atlas abordando todos esses aspectos, que serão divulgados em um site que será criado especificamente para esse fim. Nós sabemos que a Região das Guianas – a gente não fala ‘Platô’, porque ‘Região’ dá uma magnitude maior – tem muitas comunidades de brasileiros que fazem parte do nosso foco, conhecendo cada comunidade de brasileiros, avaliando as suas condições de vida e ao mesmo tempo vamos conversar com a nossa Diplomacia em cada lugar para ver o dia a dia na relação com os brasileiros, para no final refletirmos de maneira mais propositiva e reflexiva sobre o que pode ser feito para melhorar as condições de vida nessas comunidades”.

Segundo Gutemberg Silva, o projeto é em parte financiado pelo projeto de pesquisa Pró-Defesa, do governo federal, que também conta com apoio logístico de representantes de associações instaladas no Platô das Guianas, além de recursos próprios dos membros da expedição: “Nossa previsão é concluir o documentário e o atlas entre fevereiro e março de 2018, porque esse trabalho se prolongará até o final de dezembro deste ano, e isso só está sendo possível graças aos recursos do Pró-Defesa (Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Defesa Nacional, iniciativa conjunta do Ministério da Defesa e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes), mas parte do recurso também é oriundo dos nossos próprios salários, além de também contarmos com o apoio da Diplomacia brasileira em cada país e contatos com brasileiros representantes de associações que nos darão suporte, permitindo a superação dos obstáculos logísticos e financeiros”.


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