Política Nacional

Com Cabral candidato, começa o Enem para presos

A cada três dias de estudo no curso, é permitida a remissão de um dia de pena


Cerca de 32 mil pessoas privadas de liberdade, entre elas o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, farão nesta terça (12) e quarta-feira (13) as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em mais de mil unidades prisionais de 577 municípios. Também será realizado hoje e amanhã o Enem para os participantes que tiveram direito a uma segunda aplicação do exame.

Cabral disse que tentará entrar em um curso de História. Ele foi condenado três vezes pela Justiça na Lava Jato em penas que somam 72 anos e quatro meses de prisão. O máximo, porém, que se pode ficar na cadeia no Brasil é 30 anos. A pena, no entanto, é levada em conta na progressão de regime, quando o reeducando pode deixar o regime fechado e partir para o semiaberto ou aberto.

Segundo o advogado do ex-governador, a cada três dias de estudo no curso, é permitida a remissão de um dia de pena. A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, presa e condenada, também pediu para fazer o Enem. O casal já foi aprovado para cursar bacharelado em teologia à distância na Fabapar (Faculdade Batista do Paraná).
O Enem PPL
O Enem para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) é destinado a pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade. Os participantes com mais de 18 anos poderão utilizar o desempenho como mecanismo para acesso à educação superior. Já os menores de 18 anos, considerados “treineiros”, só poderão utilizar os seus resultados individuais para a autoavaliação de conhecimentos.

No Distrito Federal, a preparação dos presos para o Enem é focada principalmente na redação. “Observamos que os estudantes do sistema prisional têm muita dificuldade na prova de redação. Por isso, preparamos alguns aulões muito semelhantes aos que são oferecidos aos estudantes externamente, inclusive com professores que trabalham no Enem externo e têm muita experiência com a questão da redação”, explica Wagdo Silva, diretor do Centro Educacional 01 de Brasília, que é a escola responsável pela educação do sistema prisional do Distrito Federal. Os alunos também recebem materiais, como apostilas com o conteúdo para estudo.


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