Cidades

Vigilância Sanitária elabora plano de prevenção contra a febre amarela

Apesar de não se encontrar em área de alerta, há risco de a doença chegar ao Amapá por causa da localização geográfica e abundância do Aedes aegypti, que além da febre amarela urbana, também é o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.


O superintendente de Vigilância em Saúde (SVS) Dorinaldo Malafaia afirmou na manhã desta quarta-feira (17) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) que apesar do Amapá não se encontrar em área de alerta, há risco da febre amarela chegar ao estado por conta de sua localização geográfica e abundância do Aedes aegypti, que além da febre amarela urbana, também é o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Por isso, segundo ele, os técnicos da SVS estão elaborando um plano de ação que será apresentado ao governador Waldez Góes nessa sexta-feira (19).

“Nós não registramos nenhum caso no Amapá, tivemos alguns meses atrás duvida área de frontiera, mas ficou elucidado que foi caso importado e pessoa transitava em área de garimpo entre Guiana Francesa e o estado. É importante destacar que o Amapá não tem essa predisposição para a doença, mas o fato de que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a considerar São Paulo uma região endêmica preocupa, principalmente porque desde 1942 não havia informação sobre febre amarela em área urbana, mas sim em floresta, e a área urbana preocupa as autoridades porque quem transmite a doença é o Aedes aegypti, que é o mesmo transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. E como o mosquito é abundante em nossa região, não podemos descartar a prevenção, por isso o governador Waldez Góes determinou a elaboração de um plano de ação preventivo, que está sendo concluído pela equipe de técnicos da SVC e será apresentado ele na próxima sexta-feira, no Palácio do Setentrião”, relatou.

Sobre informações de matança indiscriminada de macacos em outros estados, que é tido como o vilão da febre amarela, Malafaia afirmou que se trata de uma atitude equivocada e fruto da ignorância das pessoas: “O transmissor da febre amarela é o Aedes aegypti. O macaco, assim como o ser humano, são vítimas do mosquito, por isso matar o animal é um equívoco, fruto da ignorância. Na realidade o macaco pode vir a ser uma contenção, porque acende o sinal de alerta quando ele vai se aproximando da área urbana, aí as ações preventivas devem ser adotadas, que não incluem a morte do animal”.

Para Dorinaldo Malafaia, a falta de investimentos sociais e sanitários contribui para a propagação do mosquito: “A propagação do Aedes aegypti tem muito a ver com a agressão social no que diz respeito à falta de saneamento básico, de investimentos sociais, sobretudo na educação e na saúde; falta um processo de construção de consciência sanitária. Infelizmente nós regredimos nesse aspecto. As ações preventivas são necessárias sempre, e permanentemente devem ser intensificadas; a educação ambiental é muito importante nesse processo”.

Perguntado se o Amapá possui doses de vacinas suficientes para atender a grande demanda prevista, ele garantiu que sim: “Nós temos vacina suficiente e a melhor estratégia é a vacinação, porque não há tratamento para o vírus e se a pessoa estiver contaminada recebe o mesmo tratamento da dengue, por terem sintomas muito parecidos, mas no caso da febre amarela evolui para a hemorragia e insuficiência renal, por exemplo; é um quadro muito grave. As autoridades sanitárias do Brasil orientam que a pessoa deve tomar uma dose e faça um reforço. Essa dose fracionada é um reforço, e foi adotada porque se trata de um surto e, pelo quantitativo populacional a dose teve que ser fracionada, mas é suficiente para uma cobertura eficiente por pelo menos 10 anos. Essa vacina é altamente eficaz”.


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