Pe. Claudio Pighin

A publicidade verdadeira pode ser uma grande ajuda para todos


A publicidade nos condiciona na nossa maneira de pensar e agir.

A partir daí podemos fazer umas avaliações da publicidade para considerá-la como sistema que possa sustentar os outros sistemas. É um fenômeno ao mesmo tempo fascinante, mas nem sempre controlável, com, às vezes, possíveis distorções de lealdade e honestidade. Podemos observar que temos comunicadores que priorizam a publicidade para aumentar a própria megalomania ou as ambições individuais. De qualquer forma, este fenômeno tem o alto sentido de persuadir, motivar e animar.
Para isso, os publicitários querem apresentar este processo quanto mais crivel e honesto. Desse jeito, vai fortalecendo e determinando a grande função do aspecto da venda. Aqui surgem as habilidades e a profissionalização para vender cada vez mais. Do outro lado, porém, é necessário persuadir o público, porque é ele que consome. Esta persuasão se funda nas seguintes propriedades: atenção, confiança, necessidade, urgência e compra. O primeiro mecanismo publicitário, adquiri-se o bem e assim se evita o mal. Mas a alma de tudo isso cabe na confiança total. É aqui que o fenômeno se concentra para conquistar a confiança das pessoas, por meio da “intimidade” criada com apostas e promessas que, às vezes, podem ser enganosas. Ou com informações que jogam sobre os instintos menos apreciados do ser humano, ou influenciados pela vontade ou pelo simples prazer.

A publicidade para uns é considerada também uma maneira de informar. E assim surgem atos publicitários que criam necessidades para incentivar o fator venda. É claro que aqui se explora de maneira às vezes exacerbada a questão da emotividade na percepção das necessidades. Aqui entra uma certa propaganda publicitária com seus slogans e o próprio autoritarismo que condiciona a vida do ser humano. Podemos também dizer que a publicidade é parte de um espetáculo, a arte profissional de atrair a atenção, para determinar a condição mental das pessoas.

Constatando essa realidade atual de publicidade e política, podemos reconhecer como elemento de informação ou de imposições mentais? É verdade também reconhecer que este fenômeno publicitário tem custos e estes custos não são baratos. E assim sendo nós nos perguntamos: este fenômeno está ao alcance de todos? Se não, de que maneira podemos reconhecer que esta ação possa fazer publicidade de maneira democrática e igualitária? Será que nascem também deste fenômeno os poderosos e os marginalizados?

Uma publicidade transparente, democrática e verdadeira pode ser uma grande ajuda para todos. Em tudo isso temos sempre de considerar que a referência máxima é o ser humano. É ele que deve ser promovido, e não ser instrumentalizado ou banalizado.