Pe. Claudio Pighin

As redes dos fluxos de informação replasmam a sociedade


A mídia tradicional não chegou ao fim, mas houve uma re-mediação dela em um novo modelo digital global. Os videogames, por exemplo, ensinam às crianças as regras escondidas para poder interagir com os nossos desejos e necessidades. A inteligência conectiva está substituindo aquela lógica linguística.

 

As redes dos fluxos de informação replasmam a sociedade contemporânea. A lógica dos fluxos de informação na sociedade é global e universal, mas não onicompreensiva. É impossivel reduzir à uniformidade a multiplicidade. Dezenas de milhões de pessoas usam os blogs para compartilhar e trocar experiências. Este uso hoje já é reconhecido tanto pelos jornalistas quanto pelos jornais do mundo todo como fonte de informação. No entanto, o uso é muito pessoal. Por isso, hoje as notícias não passam da mídia para as pessoas, mas das pessoas para a mídia. Metodologia e conceitos mudaram. Vimos como a mídia analógica triunfou na época da produção industrial de massa, mas este sistema de comunicação parece que não consegue responder mais às necessidades e desejos de uma sociedade pós-industrial.

 

Segundo a teoria de Lasswel (1948), a mídia e o modelo comunicativo se baseiam sobre uma teoria de comunicação que quer informar e persuadir mais ou menos ocultamente para convencer ou manipular, no lugar de interagir ou a cooperar.

 

Umas das características da mídia elétrica, segundo McLuhan, e da mídia eletrônica, segundo Bolter, é aquela que tem como conteúdo outra mídia (nova mediação). A mídia digital, tenta englobar, na nova mediação, toda a midia analógica.

 

A tese que queremos demonstrar é que, em breve e médio tempo, a atual organização do mercado da indústria cultural é destinada a se acabar. A mídia tradicional, como nós conhecemos hoje, vai se extinguir.

 

Um novo modelo é destinado a se afirmar, assim como uma nova estruturação do setor da comunicação e da cultura, um modelo baseado sobre dinâmicas da convergência e divergência digital.

 

Por convergência e divergência digital, entende-se o convergir em código binário (é um sistema de numeração posicional em que todas as quantidades se representam com base em dois números) de todos os conteúdos: informações, notícias, conteúdos textuais, musicais e visuais.

 

Segundo o “profeta” da comunicação McLuhan, quando uma nova tecnologia da comunicação entra na vida da sociedade, precisa ver quais são os efeitos socioeconômicos produzidos. Por isso é necessário se questionar: o que desenvolve ou promove a comunicação? Quais são os meios que se tornam obsoletos ou inutilizados pela inovação tecnológica?

 

O que reutiliza a nova mídia daqueles meios que foram jogados para o escanteio? Quais os efeitos que geram e que acontecem quando são levados nos seus limites comunicacionais?

 

Com certeza, essa mudança de época nos obriga a ter atitudes bem dinâmicas, não podemos somente ser espectadores neste novo cenário social.