Pe. Claudio Pighin

O que de fato sabemos?


Eu me pergunto: até aonde chega a nossa capacidade de compreender a realidade? Afinal, o que de fato sabemos? Esse excesso de informação não nos dá mais ansiedade e insatisfação?

Agora, temos também a concorrência da internet que multiplicou a produção, causando, assim, uma hiperprodução do chamado “saber”, transformando os conteúdos do mesmo saber quanto o mesmo significado do conhecimento. Vocês percebem hoje como diminuiu o número de frequentadores nas bibliotecas, porque com um simples computador em casa se pode fazer uso mais rápido e eficiente de pesquisa. Portanto, o nosso conhecimento está extremamente ligado à nova vida eletrônica. Por isso que o mercado multiplica esses meios, porque se tornaram, eu diria, vitais na vida das pessoas. A perspectiva atual, por exemplo, é de que cada “blogger se torna um meio e cada leitor um editor”.

Isto quer dizer que hoje é muito mais fácil participar dos eventos da vida do mundo todo, e, ao mesmo tempo, ter a capacidade de dar as próprias opiniões independentemente dos meios oficiais. Assim, toda pessoa se manifesta, porque acredita no saber. Nesse sentido, os internautas participam ativamente das atividades digitais, dando seus pareceres, criticando, corrigindo ou enriquecendo, se for o caso. O quadro cultural muda da necessidade de saber à necessidade de compartilhar. Porém, o que provoca tudo isso? Neste ponto, a questão do conhecimento torna-se uma discussão. Hoje em dia, a base disso são os fatos que contam, contrariamente do passado que era a teoria dos símbolos para mostrar uma ideia universal e analogias para melhor entender.

Agora, com a internet, visando o social, evidencia-se que os fatos não são unidades isoladas de conhecimento, mas fazem parte de uma rede mundial. E tudo isso pode subsistir pelo fato de ter pessoas que querem compartilha-los. Para demonstrar tudo isso no passado, quando se queria dizer que a criminalidade do estado tinha diminuído, era suficiente citar as estatísticas dentro de um artigo. O leitor não tinha outra escolha senão acreditar ou não. No entanto, hoje os mesmos dados estão à disposição de todos os internautas e podem verificar a veracidade da informação.

Este novo compartilhamento oferecido pelas redes sociais muda o príncipio do novo conhecimento. Portanto, hoje a inteligência passa através das redes sociais que permitem as conexões entre as pessoas pelo mundo inteiro. Essa nova maneira de conhecer permite de ser mais humano, menos preciso, mas mais transparente; menos consistente, mas mais abrangente. É em ato um novo saber. Naturalmente, perante essa realidade, é necessário uma educação para saber fazer um correto uso dessas redes sociais. Percebe-se que no on-line acontece de tudo, como também de quantas coisas que passam por ai e que poderiam prejudicar o próprio saber das pessoas. Por isso, é urgente construir filtros que possam promover o novo saber.