Pe. Claudio Pighin

Papa Francisco, sempre ele


Estamos passando por um tempo muito difícil. A humanidade toda está de “joelhos”. Eu imagino que daqui a algumas décadas, quando lermos os livros de história, uma figura será mostrada em destaque como único e importante líder mundial de nossa época. Não tenho dúvidas de que será o papa Francisco. Ninguém se lembrará de outros lideres. Realmente, nesses tempos de coronavírus, que está matando muitas pessoas, sobretudo os anciãos, é o papa Francisco, com seus 83 anos, que dá esperança e conforto a todo mundo, sem exceção de ninguém.

Ele é um homem idoso, que está no grupo de risco, mas que nem por isso se poupa. Pelo contrário, nos sustenta, encoraja e não se preocupa de se resguardar de possíveis contágios. Um exemplo disso foi vê-lo, como se fosse hoje, caminhando claudicando pela praça deserta de São Pedro em direção à famosa basílica na Sexta-feira da Paixão. Seu rosto tinha ar de cansado e não escondia preocupação. Aquela praça deserta, símbolo de uma humanidade encolhida e sem rumo, confia em Pedro, Bispo de Roma.

Naquele dia, ele falou para todo mundo, fiel ou não fiel, aos pobres do pequeno planeta terra, qualquer que fosse a religião deles. É aqui que os poderosos não se alinham com Francisco. Ele fala claro para que todo mundo o entenda, preocupando-se com um mundo globalizado que se distancia sempre mais da proposta do Reino de Deus, que Nosso Senhor Jesus nos confiou. Por isso, o Santo Padre é uma pessoa que faz a diferencia e é o mais escutado e comentado. Firme da sua cátedra de São Pedro, ele emana tanta confiança e credibilidade que a humanidade o admira e reconhece Nele alguém superior a todos os outros lideres.

Por exemplo, Trump, presidente dos Estados Unidos, disse publicamente a respeito do atual papa: “É uma grande personalidade”, e quando em 24.05.2017 se encontrou com o papa Bergoglio lhe falou: “Não esquecerei aquilo que me disse”. Um papa que mergulhou no mundo globalizado para pregar paz e justiça. Ele reconhece também o grande perigo da vinda de outra grande guerra mundial, definida por ele de uma guerra combatida “em pedaços”.

Esta possível guerra mundial afetará, sobretudo, os mais pobres e aquela população que não conta nada. Não sei ainda ter uma visão clara e distinta dos rumos desses perigos bélicos, mas certamente reconheço que a vinda dessa pandemia de covid-19 colocou em crise todas as estratégias dos poderes humanos, deixando desestabilizado o pequeno planeta. Os poderes, e todo ser humano, devem refletir seriamente a provisoriedade do ser humano e de todos os seus poderes.

Nesse sentido, o papa Francisco, fiel à Palavra de Deus, nos dá esse testemunho de fixar os nossos horizontes naquele que é ressurgido, Jesus Cristo. Ele é a nossa esperança. É a partir disso que podemos sair das nossas ambiguidades e egoísmos. E como o Santo Padre Francisco espera que esses tempos de pandemia, tão dolorosos, possam propiciar uma reconstrução de outro modelo cultural, em que o evangelho possa ser assumido de verdade e seriamente. O mundo necessita desses valores que favorecem uma convivência mais fraterna, que promova cada filho/a de Deus também sob o aspecto socioeconômico e ambiental. A força e a sabedoria de papa Francisco nos trazem luz nessas trevas que estamos passando. É o Pedro de Deus!