Ulisses Laurindo

11 dias mais turbulentos de Neymar


Nem meio tempo contra o Catar durou a esperança de ver Neymar longe das turbulências – que envolvem acusação de estupro e agressão por uma mulher de 26 anos – para ser notado novamente dentro de campo.

A torção no tornozelo mais tarde foi diagnosticada como ruptura ligamentar no hospital de Brasília, o ponto culminante do capítulo mais delicado e grave nos 10 anos de carreira do atacante do PSG. Nos 11 dias dos mais delicados na Seleção.

Como de hábito, todas as lentes e atenções se voltaram para Neymar. A lesão aos 17 minutos tirou o jogador de campo e provocou mudança de regras, com a entrada no vestiário do pai do jogador, Neymar Santos Silva. Logo atrás veio Edu Gaspar.

O coordenador técnico disse que autorizou a entrada do pai de Neymar. Também esperava o presidente da República, Jair Bolsonaro, que não foi ao vestiário, mas foi até o hospital em Brasília para visitar Neymar, cerca de uma hora antes do corte.

– Eu estava assistindo ao jogo na tribuna e fui informado de que o pai do Neymar estava próximo ao vestiário.

Obviamente autorizei. Para ele ter o pai próximo num momento como esse. Eu autorizei o pai do Neymar a entrar no vestiário para acompanhar o atleta, disse Edu.

A desconvocação não parecia passar pela cabeça de Tite, que rebateu mais de uma pergunta sobre o assunto avisando que não ia pensar sem fato concreto. Neymar já estava liberado até o depoimento de sexta-feira, na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, e não embarcaria para Porto Alegre nesta quinta-feira.

O corte é o fim de processo desgastante que dura mais de um mês. Envolve o soco num torcedor em Paris, a troca da faixa de capitão, a pequena lesão ainda na preparação em Teresópolis até o ponto mais grave, a acusação de estupro. O sentimento é duplo.

Ao mesmo tempo que há baque por perder o principal jogador, também há certo alívio pelo pacote de problemas Neymar.