Ulisses Laurindo

Arthur Zanetti (XXI)


A estrela do esporte brasileiro a coroar esta série dos campões olímpicos é o ginasta Arthur Nabarrete Zanetti, de 26 anos, nascido, em São Caetano do Sul (SP) e que hoje vive no Rio Grande do Sul, onde montou sua base para brilhar nas argolas, um dos seis aparelhos no programa masculino. Completa lista olímpica o cavalo com alça, barras paralelas, barra fixa, solo e saltos. O título inédito de Zanetti, foi em Londres, 2012, no aparelho argolas, vitória que lhe valeu os elogios de todo o mundo da ginástica pela excelência da forma como se apresentou, derrotando rivais russos, franceses, americanos, e outros países que se destacam na modalidade.

O campeão teve contato com o esporte aos sete anos. Durante as aulas de educação física o professor reparou no seu biótipo próprio para ginástica, argumento de que se valeu o mestre para conduzi-lo aos treinamentos. Depois de um ano e meio de iniciação passou a treinar diariamente com Marcos Goto, que o acompanha até hoje. Em 2007, aos 17 anos, Zanetti foi convocado para competir nos Jogos Pan-Americanos, do Rio de Janeiro, mas sua atuação foi discreta, o que, aliás, não lhe trouxe desânimo e, pelo contrário, mais se motivou para novas competições.

O passo seguinte foi à seleção que o selecionou para um estágio no Japão, visando os Jogos de Pequim, 2008, ocasião que integrou a equipe, como reserva. Em 2009 começou a aparecer no cenário mundial, conquistando a quarta colocação em um campeonato mundial. Com os treinamentos em Tóquio e o lastro conseguido em vários outros torneios, Zanetti ganhou em Londres o título olímpico, façanha até hoje louvada pelos especialistas em ginástica artística. A trajetória de vitória não terminou na terra londrina e se estendeu até 2013, quando novamente ganhou o mundial da sua especialidade, as argolas.

Entre os reais candidatos à medalha de ouro para 2016, Zanetti tem grande credito, embora não seja tarefa fácil, porque é modalidade em que os países asiáticos, europeus bem como os das Américas, aplicam todas as fichas para vencer. Ele comanda a esperança dos dirigentes brasileiros de, que este ano, o Brasil superará o recorde medalhas, passando Londres, quando foram 17 delas, inclusive, três de ouro, um de Zanetti. O otimismo do país se concentra no fato de que os atletas competem dentro de casa e, ainda, com o atenuante de muitos países não mandarem suas delegações com força máxima, como aconteceu com a Rússia, que estará presente com apenas 115 atletas, diferente de outros Jogos, nos quais os russos eram, junto com os norte-americanos competiam com delegação enormes. A epidemia de alguns vírus também afastou muitos campeõs.