Ulisses Laurindo

Campanha do Brasil premia atuação mais ativa do COB


Ao vencer a cubana Kaliema Antomarchi, Mayra Aguiar viveu uma experiência nova. Bicampeã mundial e duas vezes medalhista olímpica, colocou no peito seu primeiro ouro pan-americano. Para o Brasil, já era o 55º em Lima. Nem por isso foi menos celebrado. O país fechou os Jogos festejando todas as suas 171 medalhas. E, graças a melhor campanha de sua história, confiante no caminho traçado para Tóquio-2020.
Em comparação com as 141 medalhas de Toronto-15, o crescimento foi de 21,3%. O aumento de ouros é maior: 30,9%. Dos 481 atletas da delegação, 235 (48,8%) subiram ao pódio.

O número de modalidades que conquistaram medalhas também cresceu. De 32, em Toronto, para 41. O salto foi de 32%. É justamente este ponto que joga luz sobre uma das principais características do atual ciclo olímpico: a maior atuação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na preparação dos atletas e no direcionamento das verbas.

Com estas ações, o órgão blindou mais os atletas do caos administrativo-financeiro das confederações. No caso das proibidas de receber repasses da Lei Agnelo-Piva, é ele quem executa a verba. Mas há ainda as entidades que, mesmo não estando neste estágio de crise, aceitaram fazer parte do Programa de Preparação Olímpica, lançado para aumentar o potencial de resultados.

Das 18 modalidades que apresentaram evolução nos resultados de um Pan para outro, 12 fazem parte do programa. Destas, 10 registraram a melhor campanha da história. É o caso da natação. Enquanto sua confederação se afunda na crise, os nadadores obtiveram 30 medalhas (10 de ouro).
– A gente tem mais de 20 confederações fazendo parte do programa, explica o diretor de esportes do COB Jorge Bichara. O atletismo tem um leque bem interessante de investimento neste momento. A gente precisa disso para ir à Olimpíada com três, quatro chances a mais do que tem hoje para poder avançar nossa efetividade de conquista.

104 vagas em Tóquio
Das 14 modalidades que disputavam vaga em Tóquio, o objetivo foi alcançado em nove. São 29 vagas a mais para os Jogos. Hoje, o Brasil já conta com 104, em 14 esportes.