Ulisses Laurindo

Guilherme Paraense ( I )


Na história mundial do esporte os Jogos Olímpicos sempre ocuparam singular importância como a união da juventude na busca da superação de seus ideais, servindo-se do evento como elo de aproximação na programação esportiva e cultural.

O Brasil, apesar de não está entre os primeiros países em conquistas de medalhas, tem, porém, a meritória 37ª posição, entre os 134 países filiados que chegaram a ganhar tão somente apenas uma solitária medalha de bronze.

Nos 96 anos de participação os atletas brasileiros ganharam 108 medalhas, sendo 23 de ouro, 30 de prata e 55 de bronze. Com a aproximação dos XXX Jogos, no Rio de Janeiro, a partir de 5 de agosto, ofereceremos aos leitores as histórias e a glória desses medalhistas de ouro, lembrando, de per si, as dificuldades logo compensadas pela a alegria de ter subido no lugar mais alto do pódio.
Foi na VII olimpíada, na cidade belga de Antuérpia, que Brasil ganhou seu primeiro ouro, através do Tenente Guilherme Paraense, na prova de tiro individual, com 274 pontos, no máximo possíveis de 300.

Conta a história que a equipe nacional, sem material ao chegar ao local da competição teve que aceitar a oferta da equipe norte-americana, disponibilizando munição para treinamentos dos atiradores.

Com Guilherme Paraense iniciamos esta série com os lances e seus personagens das heróicas conquistas, desde o longínquo 1920 até Londres, 2012.

A delegação que viajou para Bélgica tinha participantes do atletismo, natação, pólo aquático e tiro e por falta de recursos , a viagem foi feita de navio. Os anais olímpicos registram que os atletas, sem dinheiro, dormiam nas cabines do restaurante do navio e só se recolhiam quando terminava o trabalho da cozinha.

Guilherme Paraense nasceu em Belém, no dia 25 de junho 1844 e, aos cinco anos sua família se mudou para o Rio de Janeiro.

Na Escola Militar de Realengo onde ficou conhecido como rapaz tranqüilo e com gosto pelas competições de tiro. Foi campeão brasileiro e sul-americano. Quando relacionado para os Jogos de 1920 tinha 26 anos, e boa bagagem na modalidade.

Os Jogos da era moderna foram restaurados em 1896, em Atenas, pelo Barão Pierre de Coubertin. As guerras de 1914/1939 impediram que fossem disputados os de 1916, 1940 e 1944, mas, mesmo assim, o Comitê Olímpico Internacional manteve a seqüência numérica. A seguir, na série, Adhemar Ferreira da Silva.