Ulisses Laurindo

Jacqueline Pires-Sandra Pires (XII)


O voleibol, a vela e o judô ganharam exatamente a metade das medalhas do esporte brasileiro em Jogos Olímpicos, contribuindo, juntos, com 54 pódios, no total de 108, de toda a história do país.

Mais uma vez, vamos focalizar o voleibol com as campeãs olímpicas da disputa das arenas montadas nas praias de Atlanta, em 1996, e as duas personagens são Jacqueline Silva e Sandra Pires, responsáveis pela primeira medalha entre as mulheres no esporte nacional. Jacqueline é carioca, nascida no Rio de Janeiro, em 13 de fevereiro de 1962. Aos 9 anos foi atraída às quadras pelo treinador Enio Figueiredo, mostrando o talento e vontade de se tornar campeã.

Aos 10 anos filiou-se ao Flamengo e, com rápida ascensão, foi convocada para a seleção adulta, mas não tinha ainda nível, foi cortada. Sua primeira aparição pública se deu em Porto Rico, no Pan-Americano de 1979.

De personalidade forte, acabou atritando com os dirigentes da Confederação, motivo que a levou a ir morar nos Estados Unidos, onde ficou por oito anos. Por orientação de seu treinador, aceitou a voltar ao Brasil, já de olho nos Jogos de Atlanta. Na época passou a treinar com Sandra Pires, que já praticava o voleibol de praia com grande sucesso. Predestinadas e com o objetivo na medalha, as duas deixaram a Vila Olímpica, alugando uma casa, onde podiam ter livre acesso para os treinamentos.

Com perfeito entrosamento, baseado em longo período de treinamento, Jackie e Sandra atingiram a grande final dos Jogos, derrotando outra dupla brasileira, formada por Mônica e Adriana, pelo placar de 12 a 11 e 12 a 6. A partir daquela campanha maravilhosa em 96, o voleibol, tanto nas areias como nas quadras, passou a ser notado no mundo inteiro, como provam os sucessivos títulos internacionais, fruto do trabalho que já destacamos orientado pela Confederação, criando centros para o desenvolvimento científico da modalidade.

A companheira de Jackie, Sandra Pires, além da medalha nos Estados Unidos, reinou durante muito tempo nas quadras e nas praias, conquistando o título de Rainha das Quadras, por sua tríplice vitórias nos anos de 1999, 2000 e 2001. Aos 36 deixou o voleibol, o mesmo acontecendo com Jackie depois de ser responsável pela comissão técnica das seleções Sub-19 e Sub-20, da CBV.