Ulisses Laurindo

O adeus ao “Capita”


É como um nobre dever de gratidão e de agradecimento se prestar homenagem a figuras que enalteceram suas vidas com obras e exemplos dignos de serem seguidos.

Todo campo da atividade humana tem gente que se destaca e quando faz a passagem para outra dimensão não há outro jeito do que lamentar a perda, restando porém, o consolo de ter vivido época igual a esses heróis e de ter aproveitado lições que se perpetuam em nova direção. Assim são os ídolos que, por esforços pessoais ou talento nato deixaram um mundo melhor.

Faço o intróito para falar de Carlos Alberto Torres – o Capita – que nos deixou no momento em que tinha muito a oferecer, como fizera na juventude, encantando os gramados do mundo inteiro e deixando nos do Brasil marcas indeléveis ainda hoje lembradas por todos, os de ontem e os de hoje. Capita foi tricampeão mundial em 1970, no México, no México, formando ao lado de uma seleção, sem saudosismo a mais fortes de tantas já foram escaladas no país, ao lado de Pelé, o Rei, Jairzinho, o Furacão, Tostão, o Gênio e outros igualmente fantásticos, como Félix, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Rivelino, nomes que hoje e, sempre, estarão na mente dos brasileiros.

Carlos Alberto Torres partiu mas ele estará sempre na memória do torcedor que não despreza seus ídolos em retribuição ao muito que eles fizeram nos momentos de alegria. O futebol continuará com sua habitual festa porque ele não pára e novos Carlos Alberto surgirão como sentença da vida, e continuarão a desaparecer na rotina da criação. Mas foi bom viver na mesma época de Carlos Alberto porque a vida é feita de gente que vive para atingir um ideal.

Carlos Alberto foi jogador do Fluminense, Flamengo, Vasco, Santos e terminou sua carreira jogando nos Estados Unidos no Cosmos, o mesmo de Pelé. Dos gramados passou para dirigir equipes onde obteve o mesmo sucesso. Ele trabalhava na TV que, com critica sensata, analisava a atualidade do futebol brasileiro. Quando atuava tinha a fama de ser duro não permitindo nada que atrapalhasse o objetivo da equipe que defendia, porque sabia que não poderia fazer concessões sob pena de não atingir os objetivos.