Ulisses Laurindo

Robert Scheidt (X)


O currículo da farta proeza da Vela para uns e, Iatismo, para outros, que tem pouca margem de diferença para influir na beleza da modalidade, e também da sua grandeza, toda ela posta a serviço do Brasil. A bola da vez de hoje é o veleiro (iatista) Robert Scheidt, paulista de nascimento, desde do dia 24 de abril de 1973. O seu encontro com as águas seu deu aos cinco anos, pilotando o pequenino barco da classe Optimist, próprio para crianças. A primeira vitória do futuro campeão aconteceu aos nove anos, ainda dirigindo um Optimist. Foi na Represa de Guarapiranga, defendendo o Iate Clube Santo Amaro.

Na carreira de Scheidt houve a presença de outros esportes, atletismo, natação, futebol e esgrima, deixados de lado pela vela. Ainda fazendo sempre presença nas águas, Scheidt participou do primeiro mundial universitário, iniciando, a partir daí, a vitoriosa ascensão, tendo, na época, como domicilio, a Europa, onde se especializou, desta vez, competindo na Classe Laser. O aparecimento internacional começou em 1995, quando ganhou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, em Mar del Plata, na Argentina.

Em 1996, em Atlanta, Scheidt, com à experiência adquirida no ano anterior, chegou a sua primeira medalha de ouro, na Classe Laser, deixando para trás o bambas dos Estados Unidos. Na verdade, a vida de Robert Scheidt foi de vento em poupa, conquistando os pódios mais altos em todos os mundiais disputados no período. A verticalidade na vela o levou a formar, com Bruno Prada, a dupla na Classe Star, barco no qual conquistou a medalha de prata, nos Jogos de Pequim, 2008 e à de bronze, em Londres, 2012, e nova medalha de prata No Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003, quando se sagrou tricampeão, da Classe Laser. Voltarei falar de sua brilhante vida no mar, registrando o bicampeonato olímpico em 2004, em Atenas. Com esse laurel todo, Scheidt foi considerado pela Federação Internacional como o melhor velejador do mundo em 2001 e 2004. Para os Jogos do Rio está treinando ativamente para conquistar o título de tricampeão olímpico, privilégio de poucos competidores em qualquer modalidade. Formado em Administração de Empresas, divide seu tempo, entre o profissional e o esporte.

Falar de vela no Brasil pode se utilizar de muitos meios, porque o país oferece boas condições para a prática. A começar pela vastidão da costa marítima brasileira, dando chance a qualquer jovem a entrar na vida de velejador. Há, porém, pequena desvantagem, que é o acesso à sua prática, inacessível para a maioria dos interessados. Além da capacidade de ter os instrumentos próprios, juntam-se, também, a guarda em relação à manutenção nas garagens dos clubes especialistas em vela. Mas, mesmo assim, o Brasil tem grande elite na área que oferece ao país o privilégio de ser presença no mundo.