Ulisses Laurindo

Torben Grael/Marcelo Ferreira (XI)


Os personagens da série medalhas de ouro do Brasil são, novamente, os da vela, e nomes que, daqui para frente, vão ocupar novos espaços por suas múltiplas conquistas no campo olímpico desse esporte. São eles Torben Grael e Marcelo Ferreira, campeões nos Jogos de Atlanta, EUA, em 1996, ano em que o Brasil ganhou 14 medalhas, quase recordes de pódios na história brasileira. Torben Grael e sua Classe Star não serão vistos nos Jogos do Rio, em razão da retirada da modalidade a partir de 2008. Mas voltarei a falar da dupla vitoriosa no Star nas próximas edições.

Torben é o líder dos velejadores brasileiros em número de conquistas de medalhas, no total de cinco, sendo duas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Logo a seguir vem o conhecido Robert Scheidt, com quatro também com duas de ouro. Torben Grael nasceu em São Paulo, no dia 22 de junho de 60, mas Lago para Brasília, acompanhando o pai que era militar e, aos sete anos, ganhou um barco do avô, começando a velejar no Lago Paranoá.

Quando chegou a época do vestibular mudou-se para Niterói, onde moram seus tios Axel e Erik Schmidt, nomes de relevo na vela nacional por suas vitórias em Pan-Americanos e mundiais. Foi a época em que formou dupla com Marcelo Ferreira e, após sucessivas vitórias em competições nacionais e internacionais, miraram, como plano maior, os treinamentos para os Jogos de Atlanta, onde foram premiados com o primeiro ouro em sua carreira olímpica. Vivendo do mar e para o mar, Torben também tem, no seu histórico, regatas oceânicas, com barco maiores e próprios para grandes desafios em alto mar. Vivendo numa família eminentemente do mar Torben é irmão de Lars Grael, também velejador medalha de bronze em Atlanta, navegando pela Classe Tornado.

Marcelo Ferreira nasceu em Niterói, cidade banhada pela Baia de Guanabara, palco dos primeiros passos do futuro campeão olímpico. Depois de passar pelas classes optimist e pinguim, aos 18 anos filiou-se a um clube para dar amplitude ao desejo de ser um dia campeão. Nesse período, ele ficava no cais esperando que alguém o convidasse para trabalhar durante a sessão de treinamento. Aprendeu bastante e deu adeus à carreira universitária, preferindo morar nos Estados Unidos, onde se empregou numa loja venda de barcos, o objetivo maior de sua vida. Inquieto e sempre visando à vela, mudou-se para a Itália, país onde foi trabalhou como diretor de um estaleiro, especialista na construção de barco. Regressou ao Brasil e, com o Torben pegaram firme nos treinamentos para Atlanta, de onde trouxeram a medalha de ouro do Star. O voleibol será visto na próxima edição, com o feito das praias.