Wellington Silva

O debate ideal


Já imaginaram a atual corrida presidencial e um debate na mídia sem Lula e Bolsonaro?

Não se perderia tempo com bobagens, asneiras, radicalismos, exageros, agressões pessoais e agressões ao vernáculo, com candidatos indo direto ao ponto central da questão, ou seja, o interesse público!

Se abordariam temas que precisam urgentemente de discussão e de novos encaminhamentos pé no chão tais como a prisão em segunda instância já, desemprego, geração de emprego e renda, desenvolvimento sustentável e bioeconomia, parlamentarismo, educação, saúde e qualidade de vida.

Isso, para inicialmente aquecer o debate!

Se todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido, historicamente este poder representativo de muito vem deixando a desejar, principalmente quando se reflete, fala e se comenta a respeito de uma Instituição quase sagrada, sua Excelência a Presidência da República Federativa do Brasil.

A bem da verdade, analisando os três últimos mandatos presidenciais, até o presente, nunca na história deste país esta nação se viu numa situação tão hilária e tragicômica quando se vislumbra a tal polarização entre Lula e Bolsonaro.

Isso me faz lembrar duas importantes situações históricas:

A primeira, quando a nossa histórica Águia de Haia, Rui Barbosa, foi candidato a presidência da República, em 1.910, na República Velha, defendendo uma Campanha Civilista, ou seja, a candidatura de um civil como forma política de oposição a candidatura de um militar, o Marechal Hermes da Fonseca.

O grande intelectual Rui Barbosa percorreu todo o Brasil e realizou diversos discursos e comícios, ato inédito na vida política do país. A eleição, realizada no dia 01 de março de 1.910, acabou aclamando Hermes da Fonseca como presidente. O arrependimento popular, viria mais tarde! Tal eleição de Hermes da Fonseca culminou na ruptura da política dos estados e da política do café com leite, ficando São Paulo e Minas Gerais em campos opostos. O movimento, liderado por Rui Barbosa, defendia princípios democráticos.

A segunda situação histórica é justamente a disputada eleição presidencial, ocorrida em 1.989, figurando o Doutor Enéas Ferreira Carneiro como um candidato provocador, polêmico, mas sobretudo bastante argumentativo e sempre bem embasado em suas exposições públicas. Neste ano, o resultado popular das urnas acabou favorecendo Luís Inácio Lula da Silva.

Pode-se então concluir que a população brasileira, historicamente, é mais afeita a imagens populistas e carismáticas, embora algumas sejam eminentemente teatrais, do que a uma personalidade política mais centrada e técnica, por exemplo, como era Rui Barbosa e o saudoso Doutor Enéas.

Refletir, é preciso…