Wellington Silva

O propinoduto do MEC


Se o genial Chico Anysio estivesse vivo e resolvesse satirizar o vergonhoso escândalo do MEC no seu engraçado, irônico e hilário Jornal do Lobo, encarnando o jornalista Carlos Kafunga, sua criação, a grande piada seria mais ou menos assim:

– Se o céu não é o limite, com certeza Gilmar Santos e Arilton Moura são o pedágio da municipalidade brasileira!

“Zulhudos” com o orçamento de R$ 159 bilhões destinados ao ministério da Educação-MEC a “pastorada” do reino da glória da propina resolveu pegar geral e não “refrescar” o bolso de cada prefeito responsável pela solicitação de recurso federal a sua região.

De acordo com denúncias veiculadas na mídia, por alguns prefeitos, desde a posse do ministro Milton Ribeiro, ocorrida em junho de 2020, que os pastores lobistas Gilmar Santos e Arilton Moura vem cobrando propinas de prefeitos em provocadas reuniões de pressão para liberação de verba pública.

Um áudio vazado e inicialmente divulgado na Folha de São Paulo e depois na mídia nacional revela o próprio ministro da Educação afirmando ser prioridade e um pedido especial do presidente, destinado a Gilmar e Arilton, para conceder carta branca a ambos sobre as ditas regras do “carteado”.

“ Foi um pedido especial que o Presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, enfatiza o ministro.

Incrivelmente, após o escândalo ser divulgado na imprensa e comentado nas redes sociais, o presidente afirma:

“ Eu boto a minha cara no fogo pelo Milton”!

Vai ficar sabrecado!

O Jornal O Estado de São Paulo revela que os referidos religiosos tinham um impressionante controle sobre o orçamento do ministério da Educação e já promovido 22 agendas com dezenas de prefeitos.

A primeira denúncia de propina foi feita pelo prefeito Luis Domingues (MA) e Gilberto Braga (PSDB), ao jornal O Estado de São Paulo, de que o pastor Arilton Moura teria logo antecipadamente cobrado propina de 15 mil reais para “adiantar o expediente”, por assim dizer, e seguidamente 1kg de ouro após a liberação do recurso do MEC. O prefeito Kelton Pinheiro, de Bonfinópolis (GO) contou que Arilton Moura pediu do mesmo 15 mil reais e comprasse algumas bíblias para “ajudar na construção da Igreja”. O mesmo pedido foi feito ao prefeito José Manoel Souza, de Boa Esperança do Sul, São Paulo, só que no valor de 40 mil reais em propina como “colaboração” para ajudar a Igreja.

Portanto, conheceis a mentira, e a mentira vos condenará! Pratiqueis a iniquidade, e a iniquidade vos desgraçará!