Heraldo Almeida

Lambada de Serpente: a estranha música de Djavan


Um amigo riu quando eu disse que Djavan tem um estilo musical estranho e belíssimo. Mas é isso mesmo que penso. Ele diz coisas e canta em melodias inusitadas, cheias de beleza.

Vejam só que expressão: “Lambada de serpente”. Penso que ninguém nunca disse isso antes.

Nosso imaginário se acostumou com o sentido brega, folclórico, que foi emprestado ao termo lambada. Logo pensamos naquelas músicas de ritmo quente, comuns em festas populares de um passado não muito distante.

Impulsionados pela curiosidade que Djavan nos causou, descobrimos que lambada significa “golpe aplicado com pau, chicote ou objeto flexível”, e no sentido figurado, “crítica severa; descompostura”. Claro que também significa “dança e música sensual e em ritmo rápido”, sentido com o qual estávamos acostumados.

“Nunca ninguém falou como este homem”. Assim disseram a respeito de Jesus Cristo. Poderíamos dizer algo semelhante à obra de Djavan: “Nunca ninguém cantou como este homem”.

Em uma de suas entrevistas na TV, o cantor se mostrou familiarizado e despreocupado com a aplicação do adjetivo “estranho” à sua obra. Diz ele: “Quando fui ser ouvido pela primeira vez, já houve essa polêmica. “Você tem algum talento, mas a música que você faz é muito estranha. Não se sabe onde está a primeira parte, é complicado, você tem que mudar isso, fazer uma coisa mais acessível para facilitar sua própria vida”. Tinham razão os que falavam assim, mas outros também disseram: Não, essa coisa estranha é o seu trunfo, não mexa nisso. Você vai sofrer mais, vai ter mais proble mas, mas vá em cima disso”.

A estranheza se dá, obviamente, pelo fato de estarmos a ouvir algo que nos parece inédito. Também, por estarmos a ver uma coisa que, à primeira leitura-escrita, não nos penetra o entendimento. Quando nos pomos a tentar acompanhá-lo, sentimo-nos como se nos expressássemos num outro idioma. Sentimo-nos papagaios repetindo o que alguém disse. Todavia, aquilo que só entendemos a custo, nos soa belíssimo e extremamente poético. Por ser poético, compreendemos, trata-se de algo indizível. Temos que nos contentar com o pouco que conseguimos ver, mas que nos faz tanto bem.
“Cuidá dum pé de milho que demora na semente – meu pai disse: meu filho, noite fria, tempo quente. Lambada de Serpente, a traição me enfeitiçou – quem tem amor ausente já viveu a minha dor. No chão da minha terra um lamento de corrente – um grão de pé de guerra pra colher dente por dente”. (www.apoesc.blogspot.com.br).

 

  • Musa

Dia 10 de fevereiro o Bloco Carnavalesco Auê vai lançar seu projeto pro carnaval 2019 e realizar o concurso pra eleger a Musa do Bloco e a Porta Estandarte.
Na sede de Boêmios do Laguinho, às 18h. Informação: 99149-1672.

 

  • Aniversário

Dia 4 de fevereiro é o aniversario de 261 da cidade de Macapá, com programação agendada pra acontecer na Praça Floriano Peixoto, a partir das 9 da manhã.
Muitos artistas estarão se apresentando pra comemorar a data.

 

  • “Cantando Macapá”

Nome do show que vai acontecer no Museu Sacaca, dia 1º de fevereiro pra comemorar o aniversário de Macapá.
Vários artistas que cantam a nossa cidade estarão se apresentando, a partir das 18h.
Serão três dias de evento, 1, 2 e 3 de fevereiro.

 

  • Alternativa

Com a não realização do desfile oficial das escolas de samba e dos blocos carnavalescos, outras instituições estão criando alternativas para abrigar foliões.
Muitos eventos individuais estão sendo agendados para acontecer.

 

  • Destaque

Poetisa amapaense Annie Carvalho vem se destacando no cenário literário com seus projetos poéticos regionais.
Em 2018 venceu um concurso nacional e se prepara para lançar seu primeiro livro. Merece o destaque e o registro da coluna.

 

  • Banzeiro

Dias 25 e 26 (sexta e sábado) tem ensaios do Banzeiro do Brilho-de-Fogo, na Praça Floriano Peixoto, às 19h.
Preparação para o Cortejo de aniversário dos 261 anos de Macapá, em 4 de fevereiro.

 

  • 1º Semestre

Aniversário de Mazagão, aniversário de Macapá, carnaval, ciclo do marabaixo, festa do padroeiro São José, quadra junina e outras agendas.