Heraldo Almeida

Nega Laura: “O Marabaixo faz parte da minha vida”


Uma cabocla pérola negra, amapaense da gema que defende a bandeira da cultura do Marabaixo como a sua própria família, afinal, ela veio desse meio. Nasceu, cresceu e se educou ouvindo os “velsos bandaiados” (ladrões), as chamadas músicas e canções desse segmento, que é a maior e mais autêntica manifestação folclórica do povo tucuju, o Marabaixo. Se esfregando aos foliões e tropeçando em caixas espalhadas por toda a casa onde se tocava e se dançava esse ritmo trazido da mãe África pelos negros escravos para a construção da Fortaleza de Macapá.

Estamos falando de “Laura do Marabaixo”, uma descendente da família “Julião”, neta de Tia Biló e bisneta do mestre do Marabaixo, Julião Ramos, sendo sua avó a única filha viva do mestre. Laura era uma das tantas artistas anônimas, repleta de talento, que precisava estar sempre presente nesse segmento que também é seu. Hoje a sociedade conhece mais uma estrela do Marabaixo do Amapá.

“Nega Laura”, como também é conhecida, é uma artista completa, pois, além de dançar, tocar e compor as músicas, ela é cantadeira dos “ladrões” de Marabaixo. Seu cantar é forte, firme que ecoa pelos ares e ouvidos dos foliões, com os homens marcando e arrastando os pés e as mulheres girando e rodando as saias pelo salão. Quando Laura entoa o seu canto com as perguntas dos versos, todos respondem num só momento, bem alto, pra marcar mais um momento especial da noite de cantorias do Marabaixo.

Além dessas virtudes, Laura é integrante do Grupo de Dança Baraká, tocadora de tambor de Batuque, é palestrante desse segmento, ensina as crianças a dançar e tocar a caixa de Marabaixo, é fundadora e coordenadora do bloco Ancestrais (que realiza eventos voltados à cultura amapaense), militante do carnaval e de outros movimentos.

“Tenho orgulho de ser negra e de poder contribuir com o desenvolvimento cultural do meu estado, pois, o Marabaixo está no meu sangue, na minha alma, no meu coração e na minha vida”, disse Laura.

 

  • “Guá”

Guá é o nome de um novo grupo de Marabaixo, oriundo da comunidade de Igarapé do Lago, com proposta moderna de estilização, com instrumentos percussivos e harmônicos.
Formados por jovens herdeiros de famílias tradicionais do Marabaixo. Estarão lançando oficialmente esse projeto durante a programação do Macapá Verão.

 

  • Inter Amazônias

Nesta quarta (19) será lançado o filme “Inter Amazônias – Uma Fronteira Musical”, de Clícia Di Miceli, no Cine Imperator (Shopping Villa Nova – av: Pres. Vargas – Centro), às 9h30.
Retratando a criatividade e versatilidade da música tradicional do Amapá e da Guiana Francesa. Entrada franca.

 

  • Mocidade

A escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel (Rio de Janeiro) já escolheu seu enredo para o carnaval de 2020: “Elza Deusa Soares”.
Bela homenagem à cantora Elza Soares, uma das maiores intérpretes da música popular brasileira.

 

  • Cinema

Sesc Amapá está promovendo a 2ª edição da Mostra Sesc de Cinema, até 21 de junho, com entrada gratuita.
A programação segue no Sesc Araxá (Orla), sala de Audiovisual. O evento tem como objetivo promover a difusão de obras cinematográficas que estão fora do mercado exibidor brasileiro. (www.sescamapa.com.br).

 

  • Banzeiro

O cortejo de verão está chegando e as oficinas e ensaios do Banzeiro do Brilh-de-Fogo vão começar, a partir de sexta (21), na Praça Floriano Peixoto, 19h. É pra toda família. Vá lá.

 

  • Teatro

Espetáculo “Jornada Bufa” está sendo apresentado toda quarta-feira, no Teatro Marco Zero (Rua Oscar Santos, 397 – Perpétuo Socorro), às 19h30. Entrada franca.

 

  • É hoje

Chegou o dia do concurso Rainha do Baião – Diversidade, realizado pela quadrilha junina Simpatia da Juventude, nesta quarta (19), na quadra do colégio Azevedo Costa (av: José Antônio Siqueira – Laguinho), a partir das 21h.