Heraldo Almeida

Quanto vale a nossa história?


Confesso que não sei responder a essa indagação, pois sempre imaginei que nossa memória histórica não tivesse preço e muito menos estaria em prateleiras para medir seu valor cultural. Afinal, em se tratando de patrimônio cultural adotado por um povo, não tem valor financeiro que pague.
Pois é, só que aqui no Amapá, única capital brasileira banhada pelo rio Amazonas (o maior do mundo), rica em cultura regional, bem no meio do mundo, as leis são diferentes e o desrespeito com a história é visível.

É o que está acontecendo com o Macapá Hotel, que no início de sua vida fora chamado de Hotel Macapá, situado bem em frente à cidade, um lindo cartão postal que recebe um vento norte que abana nossa gente.

Não tem como não lembrar as belas tardes de domingo quando nossos pais nos levavam para passear em frente àquele lugar, e enquanto eles conversavam com amigos, nós, crianças, brincávamos. Um mar de pureza tomava conta do nosso mundo. Agora essas e outras contações estão ameaçadas e próximas a ficar somente nas boas lembranças.

A existência dessa casa é bem antes do Amapá ser transformado em estado, e nem isso sensibiliza nossos representantes políticos. E se uma pergunta me coubesse, poderia fazê-la sem nenhum problema: Qual o impedimento desse patrimônio continuar embalando nossa história?
O Macapá Hotel está na lista dos preferidos do poder público estadual para ser vendido ou leiloado, como queiram. Essa notícia choca os amapaenses apaixonados por esta cidade que um dia foi chamada “Jóia da Amazônia”, mas que hoje, com tristeza, lista mais um patrimônio da história tucuju que se despede de seu povo.

Será que existe autoridade maior de um poder para decidir pela extinção de uma casa que abrigou, durante décadas, um mundo de histórias? Será que o povo, verdadeiro proprietário do lugar, não poderia ser contemplado com a permanência de algo que venha garantir sua morada cultural?
Se a venda do Macapá Hotel é a única saída encontrada para resolver certos problemas causados, então qual o valor de nossa história?

 

  • “Amanda”

O longa-metragem “Amanda” será gravado em terras tucujus, em 2019, contando a trajetória de uma paulista envolvida com as lutas sociais e políticas.
As filmagens irão explorar as belezas turísticas, áreas preservados, etc. a direção é do amapaense Célio Cavalcante. Parabéns.

 

  • Blog

Programa “O Canto da Amazônia”, além do rádio, está publicando informações artísticas e culturais no www.ocantodaamazonia.blçogspot.com.
De segunda à sexta na Diário FM 90,9. Bom de ouvir.­­­­­

 

  • Tombamento

O Brasil ganhou mais dois patrimônios culturais. A Literatura de Cordel (imaterial) e acervo Arthur Bispo do Rosário (material).
A avaliação e aprovação foram pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. (www.cultura.gov.br).

 

  • Destaque

Jornalista cultural e pesquisador, Cláudio Rogério, milita e realiza trabalhos em vários segmentos artísticos (carnaval, quadra junina, fotografia, toada, marabaixo, batuque, além do rádio, etc…).
Merece o destaque e o registro da coluna. Parabéns.

 

  • Agenda MPA

Sexta, 28, tem show de Amadeu Cavalcante e Cléverson Baia no palco do Norte das Águas, a partir das 9 da noite.
A abertura é do festivaleiro Chermont Júnior (violão e voz). A realização é do projeto Música Popular Amapaense (MPA). Informações: 99126-6262 e 99148-5866.

 

  • Luau

Encontro marcado na sexta, 28, no Luau da Samaúma, no Complexo Marlindo Serrano (Araxá), na Praça da Samaúma, a partir das 18h.
As atrações da temática “Brega Retrô” são: Mauro Cota, Banda o Sósia, Márcia Fonseca, Selecta Branks e Mauro Guilherme. Além de exposições e apresentação de bandas com a presença do cantor Mauro Cota. A realização é do Ministério Público e Prefeitura de Macapá. Imperdível.

 

  • Sescanta

As inscrições para a 15ª edição da mostra de música Sescanta Amapá 2018 vão encerrar na sexta, 28. No Sesc Araxá, manhã e tarde. É um belo projeto de valorização e descoberta de novos valores. (www.sescamapa.com.br).