Douglas Lima

Inversão de significados

E assim o Brasil continua desacreditado pelo mundo.


Política, no seu significado etimológico, é a arte ou ciência de bem governar o povo; arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou estados. Ora, a respeitabilidade dada à ciência é decorrente do seu critério de funcionamento: abordagem, experimentação e conclusão. Neste país, parlamentar condenado, recolhido na cadeia, continua tendo o cargo e o status de deputado. O pior: além da população pagar esses elementos como presidiários, ainda tiramos do bolso recursos para os remunerar como parlamentares. “É uma vergonha”, diria Boris Casoy. Mas há quem diga que isso acontece porque vivemos numa democracia que, por sua vez, significa governo do povo, para o povo e pelo povo. Outra falácia: o povo não manda nada. Só faz votar. Quem manda, quem governa, são os eleitos que não estão nem aí para os significados de política e democracia. E assim o Brasil continua desacreditado pelo mundo.

 

Vida de cão

O salário mínimo no Brasil teria que ser de R$ 3.899,66, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Segundo a instituição, é esse o valor suficiente “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”. O cálculo é feito todo mês pela Dieese desde 1994 com base no valor da cesta básica mais cara, atualmente a de Porto Alegre (R$ 464,19), seguida por Florianópolis (R$ 453,54), Rio de Janeiro (R$ 448,51) e São Paulo (R$ 446,28). O valor da cesta básica subiu em todas as capitais brasileiras no mês de abril e as maiores altas foram registradas em Porto Alegre (6,17%), Cuiabá (5,51%) e Palmas (5,16%). A escalada de preços fez com que o salário mínimo “suficiente” de abril fosse o mais alto desde novembro do ano passado. Os R$ 3.899,66 representam alta de 6,1% em relação a março e 4,16 vezes o salário mínimo atual, fixado em R$ 937 desde o começo do ano. (Revista Exame)

 

O ferreiro e o rei
Em 1878, ao chegar à atual Uganda, o missionário escocês Alexander Mackay instalou uma forja na tribo do rei Mutesa. Os moradores se reuniram em torno daquele estranho que trabalhava com as mãos, perplexos porque todos “sabiam” que trabalho era para mulheres. Naquele tempo, os homens ugandenses nunca trabalhavam com as mãos. Eles invadiam outras aldeias para capturar escravos e vendê-los para forasteiros. Contudo, ali estava aquele estrangeiro forjando ferramentas agrícolas.

A ética e a vida de trabalho de Mackay resultaram em relacionamentos com os nativos e ele conseguiu uma audiência com o rei. Mackay desafiou o rei Mutesa a acabar com o comércio de escravos, e ele o fez.

Na Bíblia, lemos sobre Bezalel e Aoliabe, escolhidos e dotados por Deus para trabalhos manuais ao projetar a tenda da congregação e todos os seus móveis para a adoração (Êxodo 31:1-11). Como Mackay, eles honravam e serviam a Deus com o seu talento e trabalho.

Nossa tendência é classificar o nosso trabalho como eclesiástico ou secular. Na verdade, não há distinção. Deus projeta cada um de nós de maneiras que tornam as nossas contribuições ao reino únicas e significativas. Mesmo quando temos pouca escolha sobre onde e como trabalhamos, Deus nos chama a conhecê-lo mais plenamente — e Ele nos mostrará como servi-lo — agora mesmo. Deus nos mostrará como servi-lo — onde estivermos. — Randy Kilgore


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