Nota 10

Ueap homenageia Osmar Júnior e Amadeu Cavalcante pelos 30 anos do álbum Sentinela Nortente

Os dois músicos são responsáveis por difundir a música popular amapaense pelos rádios em todos os municípios do Amapá, além de outros estados e países.


A noite desta sexta-feira, 29, no auditório da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), foi de homenagens para os músicos Osmar Júnior e Amadeu Cavalcante pelos 30 anos do Long Play (LP) Sentinela Nortente. Com apresentações de alunos do curso de música da universidade, os artistas receberam as homenagens e contaram um pouco da história por trás de um dos marcos históricos da música popular amapaense (MPA).

O LP contém 11 obras marcantes para qualquer cidadão amapaense, como: Tajá, Coração Tropical, Sentinela Nortente e Kizomba. E nas três décadas de existência, as faixas já percorreram todos os estados brasileiros e outros países.

Amadeu Cavalcante é quem canta as obras do álbum. De acordo com o músico intérprete, existem dois momentos da música amapaense. “Existe o momento antes do movimento Costa Norte e o após, assim faço referência aos grupos que deram início à música popular amapaense, como o Grupo Pilão e Mocambos. A obra Sentinela Nortente foi revolucionária, pois tocaram muito nas rádios e os discos foram levados para fora do Amapá. Eu sou muito grato ao Osmar Júnior, pois 99% das obras são composições dele, que na época ele chamava de projeto Costa Norte”, contou Cavalcante.

O compositor Osmar Júnior é o responsável pela criação das obras. O músico contou a história de onde veio a inspiração para reproduzir a identidade amapaense nas canções. “Após toda a carga de movimento que recebemos pós ditadura, nós [músicos locais] estudamos tropicalismo, bossa nova, romantismo brasileiro e as principais influências do rock, mas faltava identidade político-social para as injustiças que sempre sofremos. Aí um dia peguei uma moto, fiz uma trilha pelo Amapá e percebendo detalhes da cultura amapaense, me tranquei no estúdio para elaborar canções com uma visão mais antropológica e logo as músicas vieram”, disse o compositor.

No final da década de 80, o Bar Leno, em Macapá, era um local bem frequentado por turistas e universitários, foi onde Osmar chamou Amadeu para cantar junto nos encontros que aconteciam após os festivais de música da época. Assim, os famosos “bailes” foram transformados em espetáculos para os artistas da MPA.

Desde então, Amadeu e Osmar vêm cantando as músicas do povo nortista, sendo reconhecidos em todas as regiões do Brasil e afora. “Já levamos a MPA até para a Alemanha, quando fomos convidados para a Casa das Culturas do Mundo, em Berlim. Existe um público muito bom e exigente em todos os lugares, que gosta de ouvir a música boa e o Amapá tem esse reconhecimento”, concluiu Amadeu Cavalcante.


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