Polícia

Polícia Civil diz que casal que jogou feto em lixeira pode ser indiciado por infanticídio

Caso ocorreu no dia 9 desse mês no Porto do Grego, em Santana. Casal havia chegado de Belém (PA) em um navio. Feto foi jogado na lixeira do camarote onde eles viajaram.


Elden Carlos – Editor

 

A Polícia Civil do município de Santana, distante 17 quilômetros da capital, prendeu preventivamente o casal – que no dia 9 deste mês – deixou um feto em avançado estágio de formação na lixeira do camarote de um navio que havia atracado no Porto do Grego, oriundo de Belém (PA).

Nesta segunda-feira (13) os delegados Raphael Paulino e Nicolas Bastos disseram, durante coletiva, que o pedido de prisão foi para evitar que os investigados fugissem para Caiena, na Guiana Francesa, onde eles residem.
Nicolas Bastos, que assumiu as investigações, revelou que a identificação do casal foi possível por meio da lista de passageiros da embarcação. “Assim que a tripulação da embarcação encontrou o feto e acionou a polícia, o delegado Raphael iniciou os levantamentos. Descobrimos que eles estavam em uma casa no bairro do Muca, em Macapá. O pedido de prisão foi para impedir que eles fugissem. Os depoimentos de ambos sobre o caso são contraditórios”, declarou o delegado Bastos.

A mulher – de nacionalidade francesa – disse que o aborto foi espontâneo e ocorreu dentro do banheiro. Ela afirma que o marido não sabia. Porém, a polícia diz ter encontrado manchas de sangue no lençol da cama e no lado de fora do banheiro. O feto também teria sido lavado antes de ser jogado na lixeira.

A polícia apura o fato de que o casal supostamente teria se separado recentemente, e que a criança poderia ter sido fruto de outra relação durante esse tempo. “Todas essas informações estão sendo confrontadas. A mulher diz que o marido não sabia da gestação. São pontos que precisam ser esclarecidos. Ela alega ainda que o aborto foi espontâneo, mas como pode ela ter sentido as dores, perdido sangue e não ter procurado o serviço médico à bordo?”, questiona o presidente do inquérito.

O casal foi ouvido em depoimento, passou por exame de corpo delito na Polícia Técnico-Científica (Politec) antes de ser recolhido ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Segundo Nicolas Bastos, o casal pode ser indiciado por infanticídio ou abandono de recém-nascido para ocultar desonra própria, qualificado pelo resultado morte.


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