Política

Davi Alcolumbre é apontado como o mais perdulário do Senado

E o mais perdulário de todos é do Amapá. Trata-se do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), pré-candidato a governador do estado nas eleições de outubro. Alcolumbre reembolsou R$ 1,46 milhão.


Paulo Silva
Editoria de Política

Um levantamento do site de noticias Congresso em Foco revelou que dez senadores, entre eles dois do Amapá, gastaram quase 20% do que todos os 102 titulares e suplentes que exerceram mandato na Casa desde fevereiro de 2015. Essa pequena bancada acumulou despesas de R$ 12,6 milhões, tudo bancado com dinheiro público por meio da cota para o exercício da atividade parlamentar dos senadores (Ceaps), também conhecida como cotão. Ao todo, o Senado torrou R$ 64,7 milhões do início da legislatura até o último dia 30 de junho.

E o mais perdulário de todos é do Amapá. Trata-se do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), pré-candidato a governador do estado nas eleições de outubro. Alcolumbre reembolsou R$ 1,46 milhão. Atrás dele está o senador João Capiberibe (PSB-AP), também pré-candidato a governador, ressarcido em R$1,28 milhão. Davi é vice-líder do Bloco Social Democrata no Senado.


No caso do senador Davi Alcolumbre, chama a atenção o fato de ele ter gasto grande parte do R$ 1,46 milhão (R$761.375,60) com divulgação da atividade parlamentar, enquanto para contratação de consultorias, assessorias, pesquisas, trabalhos técnicos e outros serviços o parlamentar utilizou apenas R$1,4 mil.

A segunda maior despesa de Davi Alcolumbre (R$ 436.213,73) foi com locomoção, hospedagem, alimentação, combustíveis e lubrificantes. Com aluguel de imóveis o gasto chegou a R$ 209.453,33. A aquisição de material de consumo para uso no escritório político do senador custou até agora R$ 52.022,37. Outros R$ 2.259,56 foram usados para o pagamento de segurança privada.

Ficam de fora salários, auxílio-moradia, veículo oficial e verba para contratar assessores. O Congresso em Foco procurou todos os senadores. Apenas Capiberibe e Vanessa Grazziotin, do Amazonas, prestaram esclarecimentos.

O Diário do Amapá tentou uma resposta do senador Davi Alcolumbre, mas a assessoria de imprensa disse que ele estava em Brasília e tentaria localizá-lo. Até o fechamento da matéria (18h) não houve retorno.


JOÃO CAPIBERIBE – Apontado como segundo mais perdulário, o senador João Alberto Capiberibe reembolsou R$ 1,28 milhão, ficando em segundo lugar entre os dez citados na reportagem do Congresso em Foco. A relação tem ainda dois senadores do Amazonas, dois do Piauí e dois de Roraima, um de Alagoas e outro do Acre.

A maior despesa de Capiberibe (R$ 464.520,66) é com locomoção; hospedagem, alimentação, combustíveis e lubrificantes, enquanto a menor foi com a contratação de consultorias, assessorias, pesquisas, trabalhos técnicos e outros serviços, que consumiram R$108.863,00.

Capiberibe acusa despesas de R$ 236.200,00 com divulgação da atividade parlamentar, R$299.590,24 com aluguel de imóveis para escritório político, compreendendo despesas concernentes a eles, e R$ 178.283,85 na aquisição de material de consumo para uso no escritório político.

Sobre os valores reembolsados, o senador Capiberibe disse que a “cota parlamentar existe para financiar o trabalho dos parlamentares. Por lei, nosso mandato tem orçamento mensal no valor de R$ 42.855,20 mil reais, que pode ser utilizado integral ou parcialmente”.

De acordo com o senador, com essa verba mensal seu mandato mantém um gabinete em Brasília e um escritório em Macapá que possui endereço e abriga a assessoria. No caso do escritório de Macapá, afirma Capiberibe, os gastos somam energia elétrica, água, internet, veículos e combustíveis.

“Viajamos por todo o estado com equipe local, garantindo diárias, alimentação, transporte rodoviário e fluvial e combustível. Além disso, os assessores do estado também fazem viagens interestaduais e intermunicipais acompanhando os projetos do mandato. Muitas vezes a locomoção entre um município e outro é bem precária, o que torna o traslado ainda mais caro”, explica.

O senador garante que não possui no seu mandato nenhum ressarcimento irregular por meio de verba indenizatória. “Sou autor da Lei Complementar 131/2009, a Lei da Transparência, que obriga todos os entes da federação a disponibilizar, em tempo real, os gastos do dinheiro público. Também sou autor do PL 9617/18, que institui a gestão compartilhada, um projeto de cidadania que aproxima a população e o poder público na prevenção e combate à corrupção e ajuda a melhorar a qualidade da prestação de serviços pelo estado. O que comprova o meu comprometimento com a transparência e controle social”, explica. (Com informações do Congresso em Foco)

Fotos: Congresso em Foco


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