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Ivana Cei explica o porquê de ter declinado da indicação ao desembargo

Em entrevista no rádio, procuradora-geral de Justiça se diz apaixonada pelo Ministério Público, uma carreira planejada antes mesmo de entrar para a faculdade de Direito.


Fotos: Joelson Palheta/DA

Cleber Barbosa

Da Redação

 

A procuradora-geral de Justiça do Amapá, Ivana Cei, foi ao rádio neste sábado (20) falar abertamente sobre os motivos que a levaram a declinar de virar desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado, na vaga destinada ao Ministério Público. Sua opção foi permanecer na carreira ministerial, um sonho que ela projetou antes mesmo da aprovação no vestibular para o curso de Direito.

Falando ao programa Conexão Brasília, na Diário FM (90,9), ela explicou que a vaga pelo chamado Quinto Constitucional, foi aberta em função do afastamento do desembargador Manoel Brito – que era oriundo do MP-AP. “Muito embora eu ache brilhante a carreira da magistratura, lógico, eu concorri um mês antes para ser novamente procuradora-geral, e fui escolhida por 90% da minha classe, então não seria ético eu sair naquele momento para o desembargo, uma vez que eu tinha sido eleita”, disse ela.

Ela também falou sobre a projeção que o MP-AP vem conseguindo ao longo dos últimos anos, tanto que ela agora é a coordenadora para a Região Norte do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público, daí ela também não entender ser ético perder um posto de tamanha relevância para a sua instituição.

 

Pandemia
A procuradora-geral do MP-AP também foi entrevistada logo em seguida pela equipe do programa Togas&Becas, quando falou sobre a atuação do Ministério Público em outras frentes, como no combate à pandemia do Covid-19. “Nós queremos que a região Norte seja olhada de uma forma especial, pois já colapsou Amazonas, Roraima e está Rondônia e Acre, e daqui a pouco pode ser o Pará e o Amapá, então por conta disso o Ministério Público de uma forma geral junto com o Comitê dos Governadores da Amazônia Legal, está pensando numa ação conjunta”, anunciou.

Ela explicou que da mesma forma a estratégia será utilizada para mediar o conflito entre município e estado para que a gente tenha uma atuação só, pois entender que isso é necessário para evitar a confusão entre os órgãos de fiscalização e as pessoas acabam ficando sem as medidas necessárias, apesar de ser necessário respeitar a autonomia e as atribuições de cada um.

Plenejamento
Ratificando os compromissos e metas planejadas para serem tocadas em sua nova gestão, como o combate à corrução e o crime organizado, bem como uma maior aproximação da sociedade, ela falou sobre temas atuais, como a formalização de uma cooperação técnica com diversas entidades e órgãos de controle, além da própria Polícia Federal.

 

Prisão de deputado
Questionada pela equipe do programa sobre a prisão do deputado federal Daniel Silveira, acusado de incitação à violência contra o STF e apologia ao AI-5, ela disse que como jurista entende que o parlamentar extrapolou os limites da ética e das prerrogativas do mandato, cujas ofensas e xingamentos configuram sim a prática de crime. “Mas a minha opinião como instrumentador do direito é de que a prisão não foi formalmente adequada, pois não estava no cometimento das agressões quando a prisão foi realizada, então existe todo um caminho processual que na minha opinião não foi cumprido”, concluiu.


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