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Ulisses laurindo – Jornalista

Racionalidade e violência   É hora de se meditar sobre qual o valor que se atribui a vida hoje em dia. Caso houvesse uma parcela diminuta que fosse a população não acompanharia surpresa as insanidades praticadas, não se sabe em nome de que, talvez por ter perdido o sentido da razão, a mesma que foi […]


Racionalidade e violência

 

É hora de se meditar sobre qual o valor que se atribui a vida hoje em dia. Caso houvesse uma parcela diminuta que fosse a população não acompanharia surpresa as insanidades praticadas, não se sabe em nome de que, talvez por ter perdido o sentido da razão, a mesma que foi conceituada por René Descartes de que “ não há nada que esteja melhor repartido do que a razão. Todos estão convencidos de que  a tem de sobra”. 

 

A máquina criada pelo homem, o produto mais nobre da natureza,  carrega o progresso por um lado, e o desengano  por outro. As megalópoles são criadas com seus conglomerados densamente povoados e, no seu meio,  misturam-se felizes   e  infelizes, sem que, para estes últimos, haja  socorro pronto e imediato, criando, em razão do abandono, a miséria não apenas  física, como moral, também.


Os direitos humanos atribuem aos seres humanos  patamares de direito de que todos são iguais e  que  as oportunidades estão  condicionadas  para todos.

 

Mas, na prática se vê o contrário, com as massas desprotegidas, sem opção imediata ao desejo às suas necessidades.Isso é pobreza., que, no entanto, não  dá a ninguém o direito de  se defender atacando, reagindo  como  feras irracionais…

 

A atual forma de vida, flagrantemente sem amor, resulta na violência. A desigualdade em seu amplo sentido, particularmente na emancipação do homem pela     educação.  Sem educação um povo se vê destituído até  do sentido humanístico.          

       

O mundo de hoje se acostumou a encarar a violência não mais como desprezível, mas produto inerente à própria vida.

 

O noticiário diário destaca bombas que explodem  matando centenas e milhares de pessoas, guerra por território e  religiosidade, estatística aceita como episódio natural.

Dirão que a violência não é propriedade da pobreza. Ela o é, entretanto, derivada dela.

 

Hoje nos abismamos com os índices do dia a dia, aliás, fantásticos. O mundo se norteia, atualmente, pela insensatez, retrato da insanidade dos homens e de sua  doutrina de guerra.

 

O que hoje acontece decorre também da vaidade do homem que sempre procurou acumular posses terrenas para, no fim, se desiludir, por entender ser muito caro o preço pago por sua  megalomania e, que, no fim, de nada prestou a não ser o domínio exercido do   qual  concorreu para  ampliar a  miséria e a desilusão. Vale a pena lembrar o Papa Francisco, em recente expressão, condenou o que ele chamou de nocivo dizendo que  “ a ganância , a intolerância e a ambição de poder”.

 

 A  homem de hoje está  cada vez mais indefeso,  face aos impulsos desordenados que  a vida tomou. Não basta inteligência, porque se isso prevalecesse muitos países estariam isento da violência e, não obstante, não estão.

 

A pobreza jamais será extirpada da terra. O que se pode fazer para amenizá-la são os seus efeitos na vida diária, ou seja, sem a ocorrência de delitos que entristecem a cada ser humano, porque o homem não foi criado para o mal e sim para o bem.

 

O progresso é uma faca de dois gumes. Avança por um lado e destrói, por outro. A máquina, falta pouco para dominar o seu criador. O gênio que lhe deu vida terá que buscar meios para   não ser dominado de vez.


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