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Negociação avança e greve de professores é suspensa na rede mu

Clécio Luís insiste que prefeitura não pode pagar mais do que 4%, mas que mantém aberto canal de diálogo



 

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá (Sinsepeap), Aroldo Rabelo, afirmou nessa sexta-feira, 5, em entrevista concedida ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que a categoria suspendeu a greve, que durou 46 dias, mas o sindicato continua insistindo nas reivindicações.

“A Prefeitura de Macapá não está pagando o piso nacional da categoria, havendo uma defasagem de 13,1%. O prefeito Clécio Luís autorizou apenas 4% e o pagamento de uma das três progressões em atraso, sendo que progressão não significa aumento salarial, pois é um direito adquirido da categoria. Em termos de reajuste, só podem ser considerados os 4%, significando dizer que para atingir o piso nacional da categoria ainda faltam 9%, e nós vamos continuar brigando por esse percentual”, promete.

O prefeito Clécio Luís (Psol) é incisivo: “Nunca, em nenhum momento, fechamos as portas para qualquer categoria, tanto que abrimos um eficiente canal de diálogo através da Mesa de Valorização do Servidor, onde os secretários das pastas pertinentes discutem com os sindicatos todos os assuntos necessários, desde o planejamento e execução das ações, melhoria das condições de trabalho até reajustes salariais”.

No que diz respeito aos professores, Clécio Luís contemporiza: “Toda a população tem acompanhado a nossa gestão, que é transparente e com extremada responsabilidade com o dinheiro público. Só que esse dinheiro está escasso, por conta da crise financeira nacional, que culminou na drástica redução de cortes nos repasses da União, principalmente no FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Além da Lei de Responsabilidade Fiscal que precisa ser respeitada, ainda há a necessidade imperiosa de se pagar os salários em dia, porque entendo que salário é sagrado, por se tratar de verba alimentar. Dar reajustes fora da nossa realidade seria negligenciar, porque refletiria diretamente no inchaço da folha de pagamento numa proporção insuportável, o que poderia, até mesmo, ocasionar penosos atrasos no pagamento dos servidores, acrescendo-se a isso o fato de que, se concedermos aumento superior às demais categorias, teríamos, obrigatoriamente, que dar tratamento igualitário a todos os servidores. Mas as conversas vão continuar, e quanto a mim, vou continuar buscando alternativas para garantir melhores salários não apenas os professores, como também a todos os servidores do Município”.

De acordo com Aroldo Rabelo, a categoria vai insistir na reivindicação de pagamento do piso nacional: “O movimento saiu das ruas, mas as reivindicações vão continuar porque são direitos do professor. A categoria suspendeu a greve, mas cobranças continuam. Os professores têm que ser valorizados, por serem responsáveis pela formação dos cidadãos”.

Quanto ao calendário escolar, Aroldo Rabelo garante que está sendo organizado com a participação do sindicato, por escola. “Muitas escolas funcionaram normalmente durante a greve, muitos turnos não tiveram as aulas interrompidas porque muitos professores continuaram lecionando, inclusive para atender à cota de 30% de funcionamento dos serviços essenciais, conforme determina a legislação. O mais importante é que as aulas já estão acontecendo normalmente e o calendário está sendo elaborado de forma que não prejudique as férias de professores e alunos”, ponderou o presidente do Sinsepeap.


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