Forrozão neste sábado chama a atenção para a acessibilidade em Macapá
Segundo o IBGE, o Amapá possui quase 160 mil pessoas portadoras de deficiências, das quais mais de 95 mil se concentram em Macapá.

A prefeitura de Macapá (PMM) realiza a partir das 17h deste sábado (30) na Escola Municipal Fundamental Hildemar Maia, no bairro do Trem, um forrozão destinado às pessoas portadoras de deficiências. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, o Amapá possui quase 160 mil pessoas com algum tipo de deficiências, das quais mais de 95 mil se concentram em Macapá.
A coordenadora de Mobilidade e acessibilidade Urbana da PMM, ex-deputada federal e ex-conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AP) Raquel Capiberibe falou sobre o evento na manhã desta sexta-feira (29) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) e sobre as atividades do órgão.
“Estamos fazendo uma espécie de inclusão porque quem vai participar são associações das diversas áreas da deficiência, que vão participar da programação e vender iguarias da época, além, claro, aproveitando o momento para se divertirem. Infelizmente nós, como povo, e as autoridades do país como um todo, não estamos dando a devida importância às leis que protegem essas pessoas; temos no Amapá uma quantidade muito grande de pessoas com deficiência, cujo número não se pode precisar porque ainda não temos um cadastro oficial, mas agora nós estamos Tb trabalhando no sentido fazer esse cadastro com as entidades que trabalham em todos os municípios, nas escolas municipais e estaduais e nos postos de saúde, por exemplo, para que a gente possa ter um retrato mais fidedigno da realidade no estado”, relatou.
Raquel comentou sobre o trabalho que está sendo realizado pelo órgão que ela dirige para garantir acessibilidade em Macapá: “Nós estamos fazendo uma fiscalização intensiva em todos os logradouros públicos municipais; o prefeito Clécio é muito preocupado com essa situação e tem exigido muito da gente e é nosso objetivo que os órgãos municipais tenham acessibilidade suficiente, como piso tátil, por exemplo; ontem fomos ao Abacate da Pedreira, onde está sendo inaugurada uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), estivemos UPA dos Congós onde foi inaugurado um posto médico; no Lélio Silva e na Tia Chiquinha, uma creche muito bonita e totalmente equipada que em breve será inaugurada. Essa fiscalização para correção de eventuais distorções é necessária ser feita permanentemente, porque mesmo nas obras que estão em construção a gente encontra defeito na questão da acessibilidade”.
Para Raquel Capiberibe esse trabalho tem que ser ampliado para todos os Poderes: “Essa questão da acessibilidade é grave, séria e complexa, porque é difícil remodelar o sistema todo, mas primeiro tem que começar pelos órgãos que recebem não apenas essas pessoas, como também idosos, mulheres grávidas e com carrinhos mulheres de bebê, crianças pequenas que trafegam com dificuldades e se defrontam com calçadas quebradas e cheias de montoros de resto de construção. Na verdade temos que começar pelos logradouros públicos, municipais, que é o nosso objetivo por enquanto; depois, é claro, vamos buscar sensibilidade toda a administração pública para que os órgãos de todas as esferas do Poder ofereçam condições de trafegabilidade para essas pessoas”.

Monitoramento
Também entrevistado pela bancada do programa, por telefone, o supervisor de disseminação de informações do IBGE no Amapá, Joel Lima, afirmou que o Censo 2010 do IBGE contabilizou 158 mil pessoas com alguma deficiência em todo o estado, com 1.998 portadoras de doenças motoras impossibilitadas completamente de andar; destas, segundo ele, 95.993 se concentram na Capital, que possui 1.190 pessoas impedidas totalmente de andar. “De 2010 para cá esse quadro alterou, muita gente nasceu, outras mudaram para cá, e várias outras pessoas morreram. Os números, entretanto, só vão ser atualizados por ocasião do próximo Censo, previsto para 2020”, ponderou.
Joel Lima comentou sobre o monitoramente de áreas de desastres que está sendo feito em todo o país, inclusive em algumas regiões do Amapá: “O IBGE estabeleceu uma parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) em 2013, que utiliza dados do censo 2010. No Amapá foram monitoradas 10 áreas em Santana e 10 em Macapá, que possuem uma população de 24 mil pessoas, principalmente em áreas de ressaca. Infelizmente o Cemaden, que é novo, não inclui o Laranjal do Jarí, que é área de alagamento, e o Bailique, onde ocorre o fenômeno das ‘terras caídas’.
Perguntado sobre a importância desse monitoramento, Joel Lima disse que, entre outros benefícios, o levantamento é fundamental para viabilizar ajudas humanitárias: “Dentre muitos outros benefícios, através desses dados atrelados ao Censo é possível saber quantas pessoas moram nessas áreas, suas idades. A gente sabe que 13% da população dessas áreas são de crianças e 5% de idosos, o que permite planejar ajuda humanitária, eventualmente, em situações de desastres naturais. Esta é mais uma publicação importante que o IBGE está entregando ao país”.
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