Conselheira do TCE nega uso de material de obra do órgão para reforma em sua casa
Através de nota o Tribunal de Contas informou que tudo será apurado com a mais absoluta isenção. A obra está paralizada e nela já teriam sido gastos mais de R$5 milhões.

Paulo Silva
Editoria de Política
A conselheira Maria Elisabeth Cavalcante Picanço, atual vice-presidente do Tribunal de Contas do Amapá (TCE-AP), negou as acusações feitas contra ela por Veridiano Bosque da Costa, empregado da empresa S. Montoril Projetos e Construções Ltda, que durante algum tempo foi encarregado de uma obra do TCE no bairro Zerão.
Em abril, Veridiano apresentou denúncia sobre o uso de material de construção da obra do Tribunal de Contas do Amapá para reformas nas casas da então presidente Elisabeth Picanço, do irmão dela Bira Picanço e na casa de Adalberto Martins Moraes, técnico de controle externo/diretor da área de informática e fiscal da obra que estava em andamento. Veridiano confirmou as mesmas denúncias ao depor na Delegacia Fazendária e ao promotor de Justiça Afonso Henrique Oliveira Pereira, do Ministério Público do Amapá (MP-AP).
No último dia 19 de junho, acompanhada da advogada Ariana Valéria Picanço Ramos, a conselheira esteve na sede da Promotoria de Justiça da Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa e das Fundações da Comarca de Macapá e declarou que é de seu conhecimento que o fato está sendo apurado. Sobre o dono da empresa S. Montoril Projetos e Construções Ltda, Felipe Montoril, a conselheira disse que o conhece, mas não tem com ele nenhum grau de parentesco.
Maria Elisabeth afirmou que morava anteriormente no conjunto Cabralzinho, tendo mudado para a Avenida Raimundo Álvares da Costa, centro, em janeiro de 2016, tendo feito reforma no telhado da casa e pintura. Também confirmou ser irmã de Ubiraci Picanço.
Sobre Adalberto Martins Moraes, a conselheira disse ao promotor de Justiça que ele é servidor efetivo do TCE, tendo sido diretor de informática e um dos fiscais da obra. Também disse não conhecer Veridiano Bosque da Costa e nenhum outro funcionário da empresa de Felipe Montoril, e garantiu ter como localizar as pessoas que fizeram reforma em sua residência, assegurando que nenhuma delas era trabalhadora da empresa S. Montoril Projetos e Construções Ltda.
Na denúncia, Veridiano Bosque diz que trabalharam na reforma da casa da então presidente do Tribunal de Contas do Amapá os operários Maicon Barros de Almeida, Manoel Brasão de Abreu, Silvio de Araújo Lima e Elzivaldo de Oliveira Miranda, ressaltando que esses mesmos trabalhadores fizeram pequenas reformas na casa do irmão da conselheira, Bira Picanço.
Na finalização do depoimento, a conselheira Maria Elisabeth Picanço informou ao promotor de Justiça Afonso Pereira que a reforma em sua casa foi realizada por um pedreiro de prenome Manoel, e ficou sabendo das denúncias de Veridiano contra ela através do Programa Luiz Melo Entrevista (site e rádio) e do jornal A Gazeta. Através de nota o Tribunal de Contas informou que tudo será apurado com a mais absoluta isenção. A obra está paralizada e nela já teriam sido gastos mais de R$5 milhões.
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